quinta-feira, 29 de julho de 2021

O Brasil atinge outro patamar nas Olimpíadas com o “baile de favela” da Rebeca


Nesse período de pandemia e do bolsonarismo, dois males que assolam o país, cada medalha olímpica do Brasil - independente do número total de conquistas - merece ser festejada pela alegria que traz ao povo, pelo estímulo ao esporte de modo geral e pelo reconhecimento do mérito de cada atleta, claro!

Mas há uma característica especial em cada medalhista brasileiro (e também, coincidentemente, em atletas que foram eliminados antes das provas finais ou nem chegaram perto do pódio): histórias de vida absolutamente emocionantes, manifestações coerentes, objetivas e conscientes, posturas simples, humildes e magníficas.

Da fadinha skatista Rayssa Leal à maravilhosa ginasta negra Rebeca Andrade, passando pelos judocas Mayra Aguiar, Daniel Cargnin, Maria Portela, o mesatenista Hugo Calderano, o surfista campeão olímpico Ítalo Ferreira, para citar apenas alguns dos mais emblemáticos - cada entrevista desses atletas é inspiradora e admirável!

Posições firmes, entrega total, força, empenho, talento, garra, altruísmo e o verdadeiro espírito olímpico, com lágrimas sinceras na vitória e na derrota, o reconhecimento do papel cidadão de todos esses jovens nas suas modalidades esportivas mas também em questões atuais humanas e civilizatórias, e no enfrentamento aos preconceitos raciais, ou de gênero, ou de sexualidade - entre outras causas justas.

Essas Olimpíadas definitivamente sobem o sarrafo da qualidade e da pluralidade das delegações olímpicas. É inestimável o que representa cada pronunciamento da norte-americana Simone Biles ao expor suas fragilidades psíquicas, da craque do futebol Marta ao oferecer seus gols à esposa, ou a cada post do carismático Douglas, do vôlei, o primeiro atleta brasileiro assumidamente gay numa seleção brasileira. Dias melhores virão ao som do funk e da diversidade.