Mas há uma característica especial em cada medalhista brasileiro (e também, coincidentemente, em atletas que foram eliminados antes das provas finais ou nem chegaram perto do pódio): histórias de vida absolutamente emocionantes, manifestações coerentes, objetivas e conscientes, posturas simples, humildes e magníficas.
Da fadinha skatista Rayssa Leal à maravilhosa ginasta negra Rebeca Andrade, passando pelos judocas Mayra Aguiar, Daniel Cargnin, Maria Portela, o mesatenista Hugo Calderano, o surfista campeão olímpico Ítalo Ferreira, para citar apenas alguns dos mais emblemáticos - cada entrevista desses atletas é inspiradora e admirável!
Posições firmes, entrega total, força, empenho, talento, garra, altruísmo e o verdadeiro espírito olímpico, com lágrimas sinceras na vitória e na derrota, o reconhecimento do papel cidadão de todos esses jovens nas suas modalidades esportivas mas também em questões atuais humanas e civilizatórias, e no enfrentamento aos preconceitos raciais, ou de gênero, ou de sexualidade - entre outras causas justas.
Essas Olimpíadas definitivamente sobem o sarrafo da qualidade e da pluralidade das delegações olímpicas. É inestimável o que representa cada pronunciamento da norte-americana Simone Biles ao expor suas fragilidades psíquicas, da craque do futebol Marta ao oferecer seus gols à esposa, ou a cada post do carismático Douglas, do vôlei, o primeiro atleta brasileiro assumidamente gay numa seleção brasileira. Dias melhores virão ao som do funk e da diversidade.