segunda-feira, 12 de julho de 2021

Uma narrativa fictícia de um país nem tão distante


A turma que idolatra o mito mitômano gosta de repetir aos quatro cantos desta Terra Plana que ele é honesto, p****! (E solta um sonoro palavrão bem ao gosto dos “homens de bem” que fazem arminha com os dedos).

O filho 01 pode ser ladrão, corrupto, desviar verba na rachadinha como é padrão da linhagem familiar. Mas ele é honesto, p****!

O filho 02 pode ser ladrão, corrupto, golpista, faltar com o decoro e a ética do cargo. Mas ele é honesto, p****!

O filho 03 pode ser ladrão, corrupto, vagabundo, mentiroso, delinquente, lunático. Mas ele é honesto, p****!

O ex-chefe de gabinete pode ter desviado verba pública e se apropriado do salário de funcionários fantasmas e parentes nomeados; atuava sob suas ordens e fez até depósito na conta da mulher e dos filhos. Mas ele é honesto.

O ministro de extermínio do meio ambiente pode ser corrupto. O ministro da morte e da falta de saúde pode ser corrupto. O líder do desgoverno pode ser corrupto. A base de sustentação é fisiológica e corrupta. Roubam vacina, roubam oxigênio, mas ele é honesto.

Os seguidores da bolha ideológica e apoiadores são milicianos, lunáticos, terraplanistas, negacionistas, obscurantistas, nostálgicos da ditadura e da tortura (como ele mesmo), cúmplices dos crimes de responsabilidade por ação ou omissão. Mas ele é honesto.

Quem lhe acusa são os próprios ex-eleitores e aliados, ex-ministros, deputados, senadores, movimentos cívicos, promotores, procuradores, cidadãos de direita, esquerda e centro. O mundo. Mas ele é honesto.

Ele, o grande líder das massas, o rei do gado, o senhor dos robôs, continua sendo a figura mais honesta e ilibada desse planeta cada vez mais chato e quadrado. Desonestos somos nós. Que coisa mágica, não?

Atenção: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido mera coincidência. Honestamente.