quarta-feira, 21 de julho de 2021

O Brasil de Bolsonaro nas Olimpíadas


Estão começando os Jogos Olímpicos - e como nós temos um presidente com alegado histórico de atleta, não poderíamos jamais ignorar os esportes dominados pelo Brasil nessa nova era do bolsonarismo. Viva as Olimpíadas! Viva o espírito olímpico!

As meninas da seleção brasileira de futebol feminino já meteram logo 5 x 0 na estreia contra a China para reafirmar o nosso anticomunismo. Daquele país de bandeira vermelha não queremos vacina, conversa, nem nada (só manter nossas exportações, o agronegócio e tomar o dinheiro desses FDPs de olhos puxados, mas isso não vem ao caso agora).

Enfim, nossos deputados e senadores (com ampla participação da base bolsonarista) acabam de levar medalha de ouro, prata e bronze em assalto triplo ao Orçamento (de R$ 2 bi para R$ 6 bi) e levantamento de peso do fundão eleitoral por equipe, partido ou quadrilha.

Também temos outros campeões olímpicos em atletismo, com destaque para a corrida do impeachment, o arremesso de fake news, o lançamento de filhos candidatos, o revezamento 4x100 em dólar e também o revezamento de parlamentar miliciano na tropa de choque governista na CPI.

Temos ainda o assalto livre e com vara (e todo tipo de arma liberada pelo presidente demente), o badmito, o basquete de quadra e o 3x3 com transferência para o caixa 2, o boxe verborrágico e os tacos de beisebol, de golfe e ainda o material dos esportes a remo para aprimorar a tortura dos opositores.

E o que dizer então dos nossos campeões no pentatlo moderno e no decatlo da corrupção, no halteropropinismo, na ciclotimia dos congressistas e no sapatênis de candidato em campanha? E na canoagem em rios de dinheiro público? E na escalada do Centrão ao governo (qualquer governo) da ocasião?

Temos esgrima inter e intrapartidária, ginástica para justificar o voto com a base bolsonarista, artes marciais para treinar todo tipo de golpe tendo como alvo permanecer no poder em 2022, handebol reforçado de arminha com os dedos e até hipismo em jumento bolsonarista.

Natação também é o forte do atleta bolsonarista. Nas redes, nada de braçada. No governo, nada de útil. Nada de produtivo. Nada pela frente mas faz até piruetas pelas costas. Tem ainda surfe na onda da lava jato e tiro no pé de quem acreditou que era verdade. E tem o vôlei, porque político adora levar uma bolada antes de votar qualquer projeto - fora o saque na conta do funcionário fantasma e o levantamento da rachadinha.

Faltou o skate, que já foi até considerado passatempo de marginal por muito político conservador e - quem diria! - virou esporte olímpico. Mas, como tudo na vida tem dois lados, hoje é justo aquele político que posava de conservador que verdadeiramente se revela um marginal da pior estirpe.

O tiro com arco passa quase despercebido, porque arco e flecha lembra índio, floresta, sustentabilidade - esse mimimi todo de ONG esquerdista. Atirar mesmo só munição pesada - ou palavras ao vento, que nos remetem à Vela (e que mudem logo os ventos a favor do Brasil…).

Mas a vela que todos nós esperamos é aquela para acender antes, durante e depois das Olimpíadas (e das eleições) para orar pelo impeachment e enfim agradecer pelo #ForaBolsonaro que é urgente. Vamos às ruas em 24 de julho, em 12 de setembro e sempre! Até a vitória merecida!