quarta-feira, 14 de julho de 2021

Qual é seu político mentiroso, fisiológico e oportunista preferido?


Lamento informar, mas você que votou em 2018 pelo fim da corrupção, bradando contra deputados, senadores, governadores e até presidentes fichas-sujas, exigindo a punição rigorosa de políticos bandidos e partidos que mais parecem organizações criminosas, fez papel de otário.

Se não bastasse o Centrão e quetais seguirem dominando a política brasileira com os métodos e as figuras de sempre que se perpetuam desde a redemocratização, sobrevivendo a todos os presidentes desde então - mais que isso, garantindo também a sobrevivência (ou a queda) de todos esses governos - você ajudou a eleger ainda uma nova leva de maus políticos que vazam pelo ladrão da fossa bolsonarista.

Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro. Claro que não são todos iguais, mas a base governista de políticos fisiológicos, corporativistas, velhacos, corruptos e mafiosos é a mesma. Entre mortos e feridos, sobreviveram a mensalão, petrolão, lava jato, tratorão, orçamento secreto. Estão livres, leves e soltos. Todos no governo.

“Hay gobierno, estoy dentro”. A CPI da Covid, os pedidos de impeachment e o superimpeachment, as rachadinhas, o loteamento de cargos, a corrupção que segue firme em todas as áreas (agora até na aquisição emergencial de vacinas durante a pandemia), as denúncias que se multiplicam (com acusações entre os próprios bolsonaristas) mostram que vamos de mal a pior.

Usam uma ou outra lei aprovada, como o tal fim dos supersalários, para venderem uma imagem fake de moralização da política. Balela. Vá pesquisar quantos penduricalhos foram mantidos aos funcionários públicos mais privilegiados - inclusive aos próprios políticos, que nunca cortam na própria carne para honrar suas promessas e dar o exemplo.

O relatório da “reforma eleitoral” (que está na pauta do dia na Câmara), além de um “distritão misto”, inventa outra moda: contar em dobro o voto que as candidatas mulheres receberem na hora de calcular o fundão partidário (que deve ser turbinado: a proposta é dobrar de R$ 2 bi para R$ 4 bi). Uma vergonha!

Depois reclamam da imagem que o brasileiro tem do Congresso Nacional. Com o falso argumento de “incentivar candidaturas femininas”, os donos de partidos abrem as torneiras de recursos públicos para o fundão (e dão uma esmola para as mulheres, enquanto seguem controlando as chaves do cofre, ainda mais vitaminado com o nosso dinheiro).

Querem usar o bom instrumento (em tese) da federação partidária simplesmente para driblar a cláusula de barreira, não diminuir o número de partidos (e a autonomia, também conhecida como casa da mãe joana), e ainda facilitam a eleição de bandidos com esse tal distritão (e o patrocínio aos fichas-sujas).

Cadê o presidente, os deputados e senadores que iam mudar isso tudo que está aí há décadas? Você vai cair de novo nesse papinho em 2022? Quer fazer papel de idiota até quando? Ou você se conscientiza que precisa cobrar e fiscalizar TODOS ELES, sem ter político ou partido nenhum de estimação, ou cala a boca, aguenta e não reclama nunca mais! Acorda, babaca!