segunda-feira, 3 de outubro de 2022

São Paulo confirma: Viés direitista, conservador, retrógrado e fanático do eleitor bolsonarista fica ainda mais evidente


A eleição de tantos governadores e senadores vinculados ao presidente Jair Bolsonaro, além de - mais uma vez - fazer do seu partido de aluguel o que mais elege parlamentares (o PL agora, assim como foi o PSL em 2018), além dos agregados, mostra que o Brasil insiste em chafurdar no esgoto do bolsonarismo.

O astronauta Marcos Pontes vitorioso em São Paulo, a lunática Damares em Brasília e outros tantos representantes eleitos pela escória bolsonarista darão o tom de um Senado reformulado e empurrado também para o radicalismo ideológico que se via até então mais notadamente na Câmara dos Deputados.

Parcela significativa do entulho bolsonarista estará em Brasília. Representarão os paulistas novamente tipinhos como a fanática reeleita Carla Zambelli, a cria da familícia Eduardo Bolsonaro e o pastor charlatão Marco Feliciano, com “novidades” como o rei da boiada anti-ambientalista Ricardo Salles e o ex-ator canastrão Mario Frias. Argh!

Por outro lado, é curioso ver que perderam feio a eleição campeões de votos em 2018 e expoentes do bolsonarismo que neste ano foram considerados traidores da causa, como Janaína Paschoal, Joice Hasselmann e Alexandre Frota. A grande exceção nacional talvez seja o ex-juiz Sergio Moro, “traidor” eleito senador no Paraná, mas que para vencer voltou para o colo de Bolsonaro com o rabinho entre as pernas.

Na oposição ao bolsonarismo despontam Guilherme Boulos, com mais de 1 milhão de votos, Tabata Amaral, Erika Hilton, Marina Silva, Sâmia Bomfim, Sônia Guajajara, Juliana Cardoso e Luiza Erundina entre os principais destaques da chamada bancada “progressista” - e também como uma força feminina invejável.

Outras mulheres eleitas com destaque pelo eleitorado paulista são Rosângela Moro (a “conje” do novo senador paranaense), Rosana Valle, Renata Abreu, Adriana Ventura, Simone Marquetto e Maria Rosas - ainda que as mulheres continuem em significativa minoria (14 cadeiras entre as 94 disponíveis para São Paulo).

A bancada armada e fardada vem reforçada (para citar apenas os paulistas eleitos): Delegado Bruno Lima, Delegado Palumbo, Capitão Derrite, Delegado Da Cunha, Capitão Augusto e Delegado Paulo Bilynskyj estão entre os mais votados por supostas “pessoas de bem”.

Ficaram de fora da lista de eleitos (alguns com chance de assumir como suplentes na eventual ausência dos titulares) nomes tradicionais da política: Orlando Silva, José Serra, Vanderlei Macris, Vicentinho, Samuel Moreira, Ricardo Izar, Coronel Telhada, Rodrigo Agostinho, Paulinho da Força, Ricardo Tripoli, Frederico Davila, Ivan Valente, José Américo, Guilherme Campos, Antonio Goulart, Eli Correa Filho, entre outros.

Também não se elegeram celebridades e influenciadores políticos como Marco Antonio Villa (1º suplente da federação do Cidadania com o PSDB), Professor HOC, Augusto de Arruda Botelho, Ricardo Galvão, Fernando Holiday, Isa Penna, Felipe Folgosi, Douglas Garcia, Vladimir Safatle, Léo Aquilla, Sergio Camargo, Frederick Wassef, Nise Yamaguchi e Adrilles Jorge (amém!).

Na Assembleia Legislativa se destacam como os três mais votados Eduardo Suplicy, Carlos Gianazzi e a Bancada Feminista do PSOL, além de deputadas de esquerda como Ediane Maria, Professora Bebel, Monica do Movimento Pretas, Marcia Lia, Thainara Farias, Leci Brandão, Marina Helou e o jovem Guilherme Cortez.

Na linha de frente da bancada pró-Bolsonaro estão eleitos Bruno Zambelli, Major Mecca, Tomé Abduch, André do Prado, Tenente Coimbra, Delegado Olim, Gil Diniz, Capitão Conte Lopes, Marcos Damasio, Jorge Wilson, Marta Costa, Guto Zacarias, Valeria Bolsonaro, Lucas Bove, Altair Moraes, Gilmaci Santos, Edna Macedo e Capitão Telhada, entre outros.

Conclusão: Deus nos ajude, porque São Paulo vai precisar de uma mãozinha divina. E vamos ao 2º turno, com Haddad x Tarcisio, e Lula x Bolsonaro. Nada é tão ruim que não possa piorar.