Aqui em São Paulo teremos o neófito Tarcisio de Freitas depois de três décadas de PSDB. O desafio do novo governador é não transformar o Estado num QG bolsonarista, dando guarida para lunáticos e defenestrados do desgoverno federal. Que Tarcisio tenha grandeza e sabedoria para se desvencilhar das amarras ideológicas e conspirações golpistas.
Sofrerá pressão da familícia e da escória que inventou a sua candidatura e ajudou a elegê-lo, obviamente. Mas precisa se lembrar que o voto dado a ele foi muito além do fã-clube de Bolsonaro. Representa muito do conservadorismo paulista e do antipetismo, mas isso não lhe dá carta branca para jogar São Paulo numa aventura quixotesca para saciar a sede de vingança dos derrotados no plano federal.
Nesse aspecto, Gilberto Kassab e Guilherme Afif, apoiadores de primeira hora, devem ajudar a fazer a ponte entre Tarcisio e o mundo real, que se sobrepõe ao terraplanismo e ao ódio da bolha bolsonarista. Nesse esgoto a céu aberto, já falam que Lula ganhou mas “não vai levar”. Ou: “foi eleito, mas não vai governar”. O bolsonarismo é uma doença, mas a democracia se mostrou uma vacina poderosa e eficaz. Seguimos na luta!