sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Bolsonaro segue firme no poder, entre cúmplices e omissos, a caminho da reeleição em 2022

Ainda bem que Bolsonaro e todo bolsonarista que se preze não lê a Folha de S. Paulo, né? Porque o jornal afirma que a aprovação do presidente subiu e é a melhor desde o início do mandato.

Fake news? Não, infelizmente não. Mas o retrato mais fiel da ignorância e da despolitização de um eleitorado carente de salvadores da pátria e vulnerável a bravatas e auxílios emergenciais de 600 reais.

Aliás, mais uma demonstração da desinformação do povo brasileiro, que acredita piamente que Bolsonaro é o grande benfeitor em meio à pandemia, flor no pântano da política, distribuindo essa mesada pela Caixa Econômica como um bondoso pai dos pobres.

A nova pesquisa do Datafolha mostra também que a rejeição do presidente caiu dez pontos desde junho, quando a prisão do Queiroz na casa do advogado da familícia fez submergir o personagem canastrão da porta do Palácio, substituído por um inverossímil “Jairzinho paz e amor”.

Enfim, pelos números questionáveis dessa pesquisa Datafolha que não vale nada, subiu de 32% para 37% o índice de ótimo e bom do governo; enquanto caiu de 44% para 34% o ruim e péssimo. Regular passou de 23% para 27%.

Em linhas gerais, é uma senha para o mundo político. Linguagem partidária cifrada. Significa que nenhum mandatário vai se mexer para afastar este lunático, inepto, psicopata, miliciano, criminoso, irresponsável e incompetente do poder.

Quem vive como biruta de aeroporto ao sabor do vento, sujeita ao humor da população e na busca incessante do voto, como toda a base fisiológica e corporativista do Congresso Nacional, seguirá fazendo cara de paisagem e lavando as mãos feito Pôncio Pilatos.

Faz de conta que o presidente não é um maluco, autoritário e golpista. Dane-se que ele cogitou fazer uma intervenção militar. Deixa pra lá o deboche e o descaso com os cento e poucos mil mortos pelo coronavírus. Esqueça os crimes de responsabilidade, o extermínio ambiental, os atentados à educação e à cultura, todo o ódio e o obscurantismo.

A leitura que o mundo político - quase uma realidade paralela, um plano surreal, pior que o terraplanismo - fará da pesquisa é uma só: não há “clima” para o impeachment de Bolsonaro. Vida que segue. É hora de cada um cuidar da própria vida e pensar apenas nas eleições municipais.

O cenário político nacional seguirá em banho-maria, entre um escândalo e outro controlado pelos corruptos do Centrão (quadrilheiros que se alternam no papel de bombeiros ou incendiários de todos os governos eleitos e derrubados desde a redemocratização).

Os ventos sopram a favor de Bolsonaro. A maioria se manterá cúmplice ou omissa, enquanto a oposição estiver restrita às minorias e às esquerdas (desacreditadas, desmoralizadas, desmobilizadas). Quando o Brasil acordar, talvez seja tarde demais.