segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O novo e o velho, o bem e o mal

Volto outra vez a um tema recorrente na atual política brasileira: a polarização burra e estreita entre a “velha” esquerda e a “nova” direita, que nos jogou nessa vala entre o bolsonarismo e o petismo.

Como falso contraponto a essa polarização dominante, parece que tem gente que acha “moderno” apoiar algum candidato ou partido que supostamente “não é de direita, nem de centro, nem de esquerda”.

Ora, mas esse foi o lema de fundação do PSD de Kassab, por exemplo, derrubado na prática pelo recente desembarque dele e de seus parceiros fisiológicos do Centrão no colo do Bolsonaro. Governistas desde a chegada de Cabral em 1500.

Queremos construir que tipo de democracia, afinal? Uma pragmática e entreguista que exclua os divergentes, elimine os críticos, persiga os oposicionistas, desestimule o debate e tente implantar o pensamento único bolsonarista?

Ou outra que reúna direita, centro e esquerda democrática, de comunistas a liberais, de conservadores e progressistas, sem se perder no discurso do ódio, nem nos fazer parecer um eleitor insosso, isentão ou lacrador de redes sociais, como se tornou a definição de “novo” e “democrático” para alguns?

Não, meus amigos. Censura, ódio, cancelamento virtual, intervenção, golpismo é o que desejam alguns para satisfazer seus próprios interesses e dar justificativas a seus grupos políticos. Mas nós não somos, nem podemos ser, essa geléia eleitoral insípida, inodora e incolor.

Ser verdadeiramente democrático, moderno, sintonizado com a sociedade, reunindo de militantes e utópicos oriundos da esquerda mais tradicional a jovens liberais em harmonia (e isso é plenamente viável e coerente) está muito longe de nos restringir a essa democracia fake das postagens bolsonaristas. Xô, fanáticos e lunáticos! Aqui não!