domingo, 17 de janeiro de 2021

Recesso indigno e ofensivo durante o “telecatch” eleitoral antecipado, a omissão e o genocídio na pandemia


A semana recomeça nesta segunda-feira com a dura rotina de trabalhadores e donas-de-casa, como de praxe para quem exerce suas atividades externas ou domésticas, sem contar a ansiedade de quem procura emprego. Pior ainda num cenário de pressão pelo número crescente de mortos na pandemia.

E os políticos, diante dessa realidade sufocante, aonde estão? Vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores continuam em recesso. Como se o Brasil vivesse dentro da sua mais absoluta normalidade, enquanto o povo está literalmente morrendo sem ar, asfixiado.

O auxílio emergencial acabou. A vacina ainda não chegou, graças ao negacionismo, ao obscurantismo, à omissão cúmplice, à incompetência criminosa e às trapalhadas genocidas do presidente demente num “telecatch” eleitoral antecipado com seus possíveis oponentes em 2022.

O noticiário dá conta da falta de cilindros de oxigênio e do colapso na rede hospitalar, da crise econômica, do caos social, da tragédia humanitária. Se não bastasse a Covid-19, seguem os problemas cotidianos: enchentes, insegurança, trânsito, transporte, educação, meio ambiente, fake news. Estamos num poço sem fundo e caindo mais.

E a política segue em recesso, numa inoperância cretina definida em lei e reforçada pela cara-de-pau de mandatários que não tem a mínima sensatez, sensibilidade, solidariedade e empatia com os brasileiros que estão sendo jogados em valas comuns como meros números nas estatísticas mórbidas do coronavírus.

Vereadores recém-empossados abrem o ano numa inoperância inexplicável, acomodados, acovardados, submersos (mas não nas enchentes crônicas da cidade). Deputados e senadores só se mexem para fazer conchavos de olho na eleição das mesas diretoras, contabilizando votos, recursos e cargos. E o Brasil segue à deriva.

Prefeitos, governadores, o meme que virou presidente, parecem todos personagens de uma realidade paralela, virtual, vivendo alheios aos problemas diários dos cidadãos. Posts, tuítes, lives, curtidas, views. Políticos viraram candidatos a lacradores das redes sociais, enquanto o mundo real é cancelado e vidas são deletadas.

Só não cancelam nem deletam o recesso parlamentar. Qual a justificativa para essas “férias” dos políticos quando o mundo despenca numa crise de proporções jamais vistas? É hora de buscar soluções planejadas, prevenir, remediar o pior.

Citei acima o “telecatch”, quem é mais velho conheceu. Era um programa de TV dedicado à exibição de combates de luta-livre que combinavam encenação teatral, esporte e circo. O galã Ted Boy Marino; Fantomas, o Gigante Demolidor; Aquiles, o Matador; foram substituídos hoje por Bolsonaro, o Facínora; João Doria, o Calcinha Apertada; e O Incrível Huck, herói dos movimentos cívicos; entre outros coadjuvantes com menos carisma.

Nessa base do “me engana que eu gosto” segue a população brasileira, aquela mesma que foi às ruas clamar por mudanças e se manifesta nas redes e nas urnas. Estamos esperando o que para reagir e deletar esses vagabundos e cafajestes, a começar pelo presidente inepto, desqualificado, tirano e genocida? (Ctrl+Alt+Del) #CancelaORecesso , #LutoPeloBrasil e #ForaBolsonaro