sexta-feira, 24 de julho de 2020

Como enfrentar a degradação urbana, social e humana da Cracolândia?

Estamos às vésperas de mais uma eleição municipal e São Paulo tem este problema vexatório instalado há décadas na região central da cidade. Até quando vamos conviver com isso?

Vez ou outra, como aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira, há confrontos entre policiais, traficantes e usuários de drogas. A mídia aparece e se interessa, a sociedade manifesta indignação mas nada se resolve.

Não se trata exclusivamente de uma questão de segurança pública. Longe disso, apesar de ser inaceitável essa zona livre do tráfico e do crime, onde cerca de duas mil pessoas consomem crack diariamente, cometem pequenos delitos e mais parecem zumbis.

Não se trata também de defender o uso da violência, muito menos praticar uma política higienista. Não queremos simplesmente “limpar” a cidade, escondendo essa nódoa social ou espalhando os frequentadores para outros locais.

É preciso uma ação integrada e planejada da Prefeitura e do Governo do Estado, com profissionais da Saúde e da Assistência Social. A repressão às drogas deve ser mais um complemento dessa intervenção do poder público, jamais o objetivo principal.

Se bem que impedir a circulação de drogas nesse ponto de encontro de traficantes e usuários deve ocorrer, ainda que isso gere conflitos. Internações compulsórias, embora polêmicas, também são necessárias.

As ações devem ser feitas às claras. Com acompanhamento do Ministério Público, da imprensa, de ONGs e associações. O fato é que se tornou inaceitável, em pleno 2020, seguirmos patrocinando essa aberração urbana, social e humana que é a Cracolândia.

Vamos cobrar de cada candidato ou candidata à Prefeitura de São Paulo e à Câmara Municipal o compromisso de atuar de modo planejado e integrado para solucionar este problema.

Sem demagogia nem hipocrisia, mas com a responsabilidade que este vexame recorrente da cidade exige dos políticos eleitos e de cada um de nós, eleitores e cidadãos conscientes. Você concorda?