quarta-feira, 1 de julho de 2020

Eleição é adiada para 15 de novembro e deixa a disputa totalmente indefinida com provável desgaste dos políticos governistas e atuais mandatários

Esqueça tudo o que você já leu e ouviu sobre a definição dos pré-candidatos para a Prefeitura e para a Câmara Municipal. Com o adiamento do 1º turno das eleições de 4 de outubro para 15 de novembro, e de um eventual 2º turno para 29 de novembro, tudo pode mudar no cenário eleitoral de 2020.

Esses 42 dias adicionais alteram todos os prazos legais e a bolsa de apostas de azarões e favoritos, além de poder recolocar na disputa quem já era considerada carta fora do baralho.

É o caso, por exemplo, do apresentador José Luiz Datena, que hoje afirmou ao vivo, no seu programa da Band, que pode repensar e renegociar uma possível candidatura a prefeito ou vice em São Paulo. Filiado ao MDB, ele lidera todas as pesquisas de intenção de voto desde o início do ano.

Todo o contexto da pandemia e a crise que se agrava no Brasil devem influenciar no humor do eleitorado e nos rumos das eleições municipais. Não é à toa que os atuais detentores de mandato, prefeitos e vereadores que vão buscar a reeleição, e também os principais nomes do bolsonarismo, foram contra o adiamento. A paciência do brasileiro está acabando. O desgaste dos políticos governistas parece inevitável e a oposição ganha força.

Citamos o caso do apresentador Datena porque foi noticiado nesta semana que ele havia desistido outra vez de disputar uma eleição, ao seguir na TV após o prazo limite para as emissoras tirarem do ar seus apresentadores que serão candidatos. Porém, com a mudança das datas, essa definição foi empurrada de 29 de junho para o dia 11 de agosto. Serão 40 dias a mais para nomes como Datena e Celso Russomanno definirem seu futuro.

Há margem ainda para a eleição ser realizada até o dia 27 de dezembro em municípios que tenham agravada a situação pela contaminação do coronavírus. As restrições por questões sanitárias também provocaram outras mudanças, como a autorização para os partidos políticos realizarem convenções e reuniões virtualmente, entre 31 de agosto e 16 de setembro, para escolher candidatos e formalizar coligações. O objetivo é evitar aglomerações.

Vamos acompanhar o que vem por aí. A campanha será tensa e surpresas podem acontecer. Pré-candidatos a prefeito e a vereador ganham tempo de campanha, enquanto a nossa obrigação como eleitores aumenta: vamos pesquisar, buscar informações confiáveis, comparar, escutar propostas e votar de forma consciente e responsável.