terça-feira, 21 de julho de 2020

Voto: esquerda ou direita; governo ou oposição; sim ou não, branco, nulo ou abstenção

O desgaste dos políticos e dos partidos, mais um vez, deve provocar índices de votos nulo, branco e abstenções elevadíssimos agora em 2020 e também em 2022.

Os escândalos envolvendo todo mundo numa geleia geral de ilegalidades, corrupção, desvios e caixa 2 também colaboram para a generalização da crítica, do descrédito e da desesperança.

Veja que, não por acaso, os mais recentes indiciados foram os tucanos Serra e Alckmin, que se somam a Aécio na derrocada da social-democracia mais tradicional. A opinião pública não perdoa.

Para Bolsonaro, de um lado, e para o PT, do outro, que em tese tem seus cerca de 30% de eleitores cativos, quanto mais confusão e descrença generalizada na política, melhor. E tome narrativa ideológica.

O nosso desafio será cada vez maior para quebrar a resistência dos setores mais racionais e equilibrados da sociedade e convencer essa fatia do eleitorado (aproximadamente 40%), que não se rendeu à polarização, de que podemos encontrar uma alternativa viável fora do petismo, do bolsonarismo e do centrão fisiológico.

Já entre os eleitores fiéis, fanáticos ou lunáticos de Bolsonaro e do PT, ao contrário do que imaginam alguns otimistas, dificilmente colheremos votos em 1º turno. Resta-nos aguardar os cenários de 2º turno, e, estando ausentes (com candidatos alternativos), fazer nossas escolhas de Sofia.

A eleição para a Prefeitura de São Paulo, especialmente, pode apontar caminhos diferentes. Teremos o tucano Bruno Covas como candidato à reeleição, com certo favoritismo, e essa polarização entre petismo e bolsonarismo diluída em diversas outras candidaturas.

Primeiro que o candidato do PT paulistano é muito fraco: Jilmar Tatto dificilmente chega a um eventual 2º turno - e os próprios petistas sabem disso. Por outro lado, ainda não está claro se haverá um candidato oficial do bolsonarismo.

São cogitados Celso Russomanno ou Marco Feliciano (Republicanos), Datena ou Skaf (MDB) e até Andrea Matarazzo (do PSD de Kassab). Pode acabar dando nenhum deles. À direita, ainda correm por fora Joice Hasselmann (PSL), Arthur Mamãe Falei (Patriota) e Filipe Sabará (Novo).

Mais à esquerda, despontam Marcio França (PSB), Marta Suplicy (Solidariedade), Guilherme Boulos com Erundina vice (PSOL) e Orlando Silva (PCdoB). Diante desses nomes, cresce no PT a pressão pela candidatura de Fernando Haddad. Muito improvável.

O fato é que as eleições municipais, sobretudo nas capitais e grandes cidades, podem indicar a sobrevida da polarização entre o petismo e o bolsonarismo ou até mesmo sinalizar o seu fim antes de 2022, arejando o cenário. Oremos para isso e vamos às urnas.