quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Câmara confirma aumento de 46% para Bruno Covas


Em segunda e definitiva votação, os vereadores paulistanos aprovaram o aumento válido para 2022 nos salários do prefeito, do vice e dos secretários municipais.

Apesar da repercussão extremamente negativa na opinião pública e de uma série de argumentos que demonstravam que este momento é inoportuno para tal ato, por conta da crise econômica e da pandemia, a maioria da Câmara parece estar mesmo pouco se lixando para a vontade dos cidadãos.

Se não bastasse o aumento aviltante e extemporâneo, ainda não foi esclarecida a denúncia feita pelo vereador Gilberto Natalini, que apesar de ausente constou como presente e voto favorável na primeira votação. Um absurdo que possibilita inclusive a anulação da sessão na Justiça.

Em resposta a Natalini, o presidente em exercício Milton Leite (DEM) afirmou que estão “apurando” o motivo da “irregularidade técnica”, sugerindo até uma possível ação de hackers. Piada pronta, né? Uma ofensa inominável à nossa inteligência.

Outro agravante do reajuste salarial do prefeito é o efeito cascata que acarreta em todos os funcionários de alto escalão que tem seus ganhos limitados ao teto municipal. Ao mesmo tempo, o piso e salários medianos seguirão congelados. Ou seja, é um privilegio para poucos. Lamentável!

Foram 34 votos a favor, 17 contra, uma abstenção (do vereador Ricardo Nunes, vice-prefeito eleito e beneficiário direto da medida) e três ausentes. As ausências foram de Celso Jatene (PL), Ota (PSB) e Reis (PT).

Aliás, fazemos aqui nova denúncia: assim como Natalini, o vereador Ota também não registrou presença na sessão anterior e seu voto foi igualmente contabilizado como favorável. Outra “falha técnica”? Olho neles, Ministério Público!

Os 17 votos contrários ao aumento foram de Alessandro Guedes (PT), Alfredinho (PT), Antonio Donato (PT), Arselino Tatto (PT), Celso Giannazi (PSOL), Claudio Fonseca (Cidadania), Eduardo Suplicy (PT), Eliseu Gabriel (PSB), Fernando Holiday (Patriota), Gilberto Natalini (sem partido), Jair Tatto (PT), Janaina Lima (Novo), Police Neto (PSD), Juliana Cardoso (PT), Mario Covas Neto (Podemos), Senival Moura (PT) e Toninho Vespoli (PSOL).