terça-feira, 9 de junho de 2020

Câmara Municipal retoma atividades com aquilo que mais sabe fazer: nomes de ruas, homenagens discutíveis e datas comemorativas inúteis

Do Dia da Igreja Universal do Reino de Deus à ligação viária Pirituba Lapa denominada Antônio Augusto Moraes Liberato - Gugu Liberato.

Tem Dia do Heavy Metal. Tem Dia de Sant'ana - Padroeira da cidade de São Paulo. Tem Dia do Padroeiro do Budismo. Tem Dia do Baterista. Tem Dia do Profissional de Logística. Tem o Mês de Julho Faixa Preta, em referência às artes marciais. Tem a Welcome Tomorrow Conference.

Tem Praça Orgulho Autista. Tem Copa Feminina de Futebol. Tem Semana da Educação Humanizada. Tem Semana Slam, de encontros e batalhas do movimento da poesia falada. Tem Mês da Expo Católica. Tem a Marcha dos Orixás. Tem o Dia Internacional do Uchinanchu. Tem o Dia dos Volvistas.

Haja criatividade! É impossível saber do que se trata cada ideia dessas sem recorrer ao Google ou às justificativas dos autores. O efeito prático desses projetos transformados em leis é praticamente nulo, mas geram custos e aumentam a burocracia municipal.

Retomando as atividades nesta semana, num misto de presença física em plenário e participação remota, pela internet, os vereadores paulistanos se mostram preocupados com a produtividade às vésperas das eleições.

O vereador Fernando Holiday (Patriota) foi o único até o momento a registrar voto contrário em todos os 75 projetos em pauta. Todos, aliás, já aprovados virtualmente por maioria de votos entre os 55 vereadores e prontos para virarem leis municipais, embora a votação prossiga por mais sete dias.

Holiday diz que considera inadequado e inoportuno aprovar projetos de homenagens e denominações em plena pandemia, “a maior crise sanitária das últimas décadas”. Isso, segundo ele, pode gerar uma “impressão equivocada da população” sobre o trabalho da Câmara.

E você, o que acha?