sábado, 20 de junho de 2020

Vivemos a época do “liberou geral”?

Um milhão de casos confirmados de Covid-19 no Brasil. 50 mil mortos. E daí? Liberou geral.

Está todo mundo de volta às ruas. É vida que segue. Todo mundo vai morrer um dia. Liberou geral.

Mercados, lojas, praias, escritórios, concessionárias, shopping. Liberou geral.

Está todo mundo em pé nos ônibus, espremido, aglomerado. Liberou geral.

O Flamengo volta a jogar. Morre gente no hospital de campanha do Maracanã. Os números continuam subindo. Liberou geral.

Os times de São Paulo retornam aos treinos. O Jô voltou pro Corinthians. Felipe Melo e Alexandre Pato vão na posse do ministro do Bolsonaro. Liberou geral.

Mario Frias entra no lugar da Regina Duarte na Cultura. Floribella substitui Porcina. Ex-Malhação contra ex-Rainha da Sucata. Dá na mesma. Liberou geral.

Queiroz tá preso. Flávio tá envolvido. O pai tá puto. O Brasil tá f*****. Ninguém tem nada com isso. Liberou geral.

Dinheiro pra escola da filha. Dinheiro pro plano de saúde. Rachadinha pra milícia. Depósito na conta da primeira dama. E você aí correndo pela ajuda de 600 reais. Liberou geral.

Sérgio Moro na oposição. Centrão ganhando cargos no governo. É a raposa solta no galinheiro. Corrupto com a chave do cofre. Liberou geral.

Não tem ministro da Saúde. Não tem ministro da Educação. Não tem decoro na Presidência. Não tem rumo este governo. Liberou geral.

Não tem CPI? Não tem impeachment? O Congresso não se mexe? O povo não tá nem aí? Ninguém tem vergonha na cara? Não ia ser tudo diferente? Liberou geral.