quarta-feira, 24 de junho de 2020

Atenção milícia bolsonarista: já pode começar a surtar contra esse post, contra os vereadores paulistanos e o educador Paulo Freire

Num País sem ministro da Educação (com dois exonerados em um ano e meio do governo Bolsonaro por absoluta incompetência), os vereadores de São Paulo abrem a sessão extraordinária desta quarta-feira, 24 de junho, com um importante gesto ao ensino e aos professores.

Mais que isso, na direção contrária dos dois ex-ministros bolsonaristas da bolha ideológica do guru fake Olavo de Carvalho, dois lunáticos deseducadores que se sentiam ameaçados por comunistas imaginários vistos em todos os cantos, do fantasma de Paulo Freire, patrono da Educação no Brasil, a reitores, diretores, professores e estudantes.

Pois a sessão de hoje da Câmara paulistana será aberta justamente com a aprovação de uma ajuda de custo emergencial aos professores e voluntários do Mova, o programa de alfabetização de jovens e adultos do município de São Paulo, que funciona desde o ano de 1989, quando Paulo Freire foi secretário da Educação na gestão da prefeita Luiza Erundina.

O ex-ministro Abraham Weintraub, que acabou de entrar ilegalmente nos Estados Unidos com o “jeitinho” brasileiro, usando passaporte diplomático para tentar fugir do alcance das leis brasileiras, é um dos bolsonaristas que baba de ódio de Paulo Freire.

A maioria nem sabe quem foi o educador e muito menos no que consiste o seu método para combater o analfabetismo entre jovens e adultos. Aliás, não deixa de ser inusitado que os maiores opositores de Paulo Freire se mostrem, na prática, eles próprios analfabetos funcionais.

O pernambucano Paulo Freire (1921-1997), educador e filósofo, ganhou notoriedade na década de 60, quando alfabetizou 30 cortadores de cana em apenas 45 dias, na cidade de Angicos, interior do Rio Grande do Norte. O feito abriu caminhos para o reconhecimento de uma nova maneira de ensinar a ler e a escrever.

Hoje o Mova funciona numa parceria da Prefeitura de São Paulo com organizações da sociedade civil, igrejas, escolas, creches, associações e empresas. Mais de 300 mil jovens e adultos já foram alfabetizados nesse programa.

Sobreviveu às administrações de Erundina, Maluf, Pitta, Marta, Serra, Kassab, Haddad, Doria e Covas. Não serão os efeitos da pandemia nem os lunáticos do bolsonarismo que acabarão com essa bela história da boa educação.

Na sequência da sessão na Câmara, aprovada em 1ª votação essa ajuda emergencial aos professores e voluntários do Mova, a pauta do dia segue com discussão para segunda e definitiva votação da reforma administrativa proposta pelo prefeito Bruno Covas e uma lista de projetos dos vereadores. Voltaremos ao tema.