sábado, 13 de junho de 2020

Será que Datena e Russomanno podem mudar o cenário da disputa pela Prefeitura de São Paulo?

Nesta semana analisamos aqui o cenário da disputa eleitoral paulistana. Até o dia 30 de junho, apresentadores de TV podem seguir fazendo normalmente o seu trabalho, com enorme apelo popular, em nítida vantagem sobre outros candidatos que já precisaram se desincompatibilizar de suas funções públicas.

É o caso de José Luiz Datena (MDB), da Band, e Celso Russomanno (Republicanos), da Record. Aliás, ambos lideram todas as sondagens de intenção de voto desde o ano passado. A definição oficial de candidatos ocorre entre julho e agosto.

Datena e Russomanno aparecem praticamente em empate técnico, muito à frente dos demais pré-candidatos, como Bruno Covas (PSDB), Marcio França (PSB), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (Solidariedade), entre outros.

A dúvida - que permanece - é se ambos vão mesmo entrar na disputa. Datena ameaça ser candidato desde as últimas eleições. Tanto em 2016 (filiado ao PP) quanto em 2018 (ao DEM) acabou desistindo. Agora, ele - que também foi filiado 13 anos ao PT - cogita novamente ser candidato a prefeito ou vice (de Covas) pelo MDB.

Já o deputado federal Celso Russomanno, no seu 6º mandato, foi filiado ao PFL (atual DEM), ao PSDB (onde se elegeu pela primeira vez em 1994), ao PP de Paulo Maluf e, desde 2011, ao Republicanos, braço político da Igreja Universal e agora também da família Bolsonaro.

Em 2012 e 2016, sempre liderando as pesquisas de intenção de voto, Russomanno foi candidato a prefeito de São Paulo e acabou derrotado no 1º turno. Disputou também sem sucesso o Governo do Estado, em 2010, e a Prefeitura de Santo André, em 2000.

Nas movimentações de hoje, Datena é bastante cotado para uma dobradinha com o prefeito Bruno Covas. Essa vaga de vice é certamente a mais disputada, entre os próprios tucanos e os prováveis aliados do DEM, do MDB, do PL, do Cidadania e até do PSL.

No Republicanos, a meta é lançar um candidato com a chancela oficial do apoio de Bolsonaro. Russomanno e o também deputado Marco Feliciano, recém-filiado após ser expulso do Podemos, são os dois nomes cotados. Mas o partido, com quatro vereadores, segue ainda na base de Covas.

Dois fatores, porém, pesam contra essa articulação: primeiro, a possibilidade de Bolsonaro não querer se envolver diretamente na eleição paulistana, temendo o desgaste por uma eventual derrota; e também a pressão de seus novos aliados do Centrão, como Gilberto Kassab, que deve lançar pelo PSD o ex-tucano Andrea Matarazzo.

Então restam aí essas três dúvidas que devem ser respondidas nos próximos dias: 1) Datena e/ou Russomanno vão entrar na disputa? 2) Bolsonaro terá um candidato a prefeito de São Paulo? 3) Sem candidatos fortes do petismo e do bolsonarismo, a tendência da eleição será polarizar entre Bruno Covas e Márcio França?

A conferir.