domingo, 6 de setembro de 2020

A dependência do Brasil e o caráter subalterno do brasileiro (Será que trocamos o grito do Ipiranga pelo Posto Ipiranga do Bolsonaro?)

Estamos nos aproximando dos 200 anos da independência do Brasil, desde o histórico grito do Ipiranga em 1822, mas retrocedemos mais de 200 anos com este governo inepto, retrógrado e obscurantista.

O presidente Jair Bolsonaro é um desqualificado, despreparado, desequilibrado, deslumbrado com o poder. Submisso ao modelo norte-americano de Donald Trump, outro pária da humanidade e da política mundial, é o símbolo de tudo que não nos serve e do que devemos nos libertar.

Bolsonaro nos envergonha a cada fala, a cada gesto, a cada manifestação de suas limitações políticas, intelectuais e morais - que seus seguidores fanáticos e os milicianos digitais se esforçam para transformar em virtudes. Não são. Nunca serão.

Aquela cena viralizada de Bolsonaro com um visivelmente constrangido Al Gore, no flagrante gravado em 2019 durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, onde o presidente do Brasil afirma querer "explorar os recursos da Amazônia com os Estados Unidos", é a síntese da tragicomédia que vivemos.

Atônito, o ex-vice-presidente dos EUA, legítimo democrata e respeitado ambientalista, ainda tenta atenuar o desconforto da abordagem ridícula e absurda, arriscando um "Não entendi o que você quer dizer" para encerrar a conversa vexatória e indigna, que expõe toda a vassalagem bolsonarista.

Que vergonha, meu Deus! Como não lembrar desse momento emblemático de um (des)governo de lunáticos e idiotas neste 7 de setembro, se ainda somos dependentes de falsos líderes e vivemos presos em bolhas ideológicas? Afinal, quando vamos declarar a nossa independência desses maus políticos?

O mundo já conhece Bolsonaro. No pior sentido. É o dirigente tosco de um país surreal que afirmou que indígenas e quilombolas prejudicam o agronegócio. Que as ONGs são um câncer a ser combatido. Que os incêndios e o desmatamento da Amazônia são fake news de Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg.

Em troca, o que faz Bolsonaro? Oferece a preço de banana, como quem publica um anúncio num desses aplicativos de entrega rápida, a oportunidade de "desenvolver" a Amazônia com dinheiro americano, transformando as nossas matas num grande shopping center, com promoções imperdíveis de nióbio e outras riquezas naturais.

Isso para pinçar apenas o exemplo da sustentabilidade na grande vitrine em que estamos expostos mundialmente. Mas passamos vergonha em todas as áreas. Saúde, educação, cultura, economia, relações exteriores, direitos humanos. Escolha. Do enfrentamento da pandemia às posições brasileiras na ONU.

O Brasil segue com espírito de colônia, na contramão do mundo, e estão aí os bolsonaristas que não nos deixam mentir, digladiando em vez de buscar coesão para construirmos uma verdadeira Nação. Precisamos de menos ódio, menos preconceito, menos negacionismo, e mais ciência, responsabilidade, diálogo, convergência.

Vamos dar o nosso grito de independência enquanto é tempo, honrando nossa brava gente e afastando o temor servil, ou preferimos silenciar até a morte dos nossos direitos, das nossas liberdades e da nossa democracia? Grande data para refletir...