segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Decifra-me ou te devoro: Três mistérios na campanha pela Prefeitura de São Paulo

Consolidadas as principais candidaturas à Prefeitura de São Paulo, resta uma última definição para as próximas 48 horas, que na prática pode resultar em três perguntas decisivas:

1) Celso Russomanno vai confirmar a sua candidatura a prefeito pelo Republicanos na convenção partidária desta quarta-feira?

2) Com ou sem Russomanno, será que o voto bolsonarista vai migrar em peso para algum candidato à Prefeitura? Quem?

3) As redes sociais vão interferir no resultado das eleições como ocorreu em 2018 ou a propaganda tradicional de rádio e TV será predominante em 2020?

Isso porque o prefeito Bruno Covas parte para buscar a reeleição com o maior tempo de TV e uma coligação formada por dez partidos (PSDB, MDB, DEM, Podemos, PSC, Progressistas, PL, PROS, Cidadania e PV).

Também surgiu como novidade a escolha do candidato a vice de Covas, o vereador Ricardo Nunes, do MDB, que tem forte atuação comunitária na zona sul e o histórico de ter recuperado bilhões de reais aos cofres paulistanos como presidente da CPI da Sonegação Fiscal.

Ou seja, como estrutura tradicional (o volume de propaganda, a quantidade de vereadores e candidatos na campanha, o apoio dos grandes partidos e a própria máquina da Prefeitura), é inegável que Bruno Covas larga como favorito.

A definição da candidatura de Russomanno, com o eventual apoio declarado de Bolsonaro e dos bolsonaristas, pode ser o maior obstáculo para a reeleição do prefeito tucano. Desde que os eleitores migrem o voto, obviamente.

Também a forte presença dos adversários nas redes sociais - como Joice Hasselmann (PSL), Guilherme Boulos (PSOL) e Arthur do Val (Patriota), por exemplo, com influência bem maior que Bruno Covas - pode colocar cascas de banana no caminho do prefeito.

Outro candidato que aposta na política tradicional, com o apoio de cinco partidos e presença discreta nas redes sociais, é o ex-governador Marcio França. PSB, PDT, PMN, Avante e Solidariedade compõem a chapa.

Sempre forte nas redes, nas ruas e nas urnas, dessa vez o PT enfrenta dois grandes desafios: a onda antipetista que ainda domina o cenário político polarizado e uma candidatura considerada frágil, de Jilmar Tatto, correndo o risco de ser superada até pelo PSOL, que traz Guilherme Boulos com Luiza Erundina de vice.

Além do apoio declarado de muito eleitor petista à dobradinha do PSOL, também a ex-prefeita Marta Suplicy, que preserva um eleitorado cativo principalmente na periferia e estava filiada ao Solidariedade, anunciou apoio ao prefeito Bruno Covas.

Então, segura aí a expectativa que as próximas 48 horas serão decisivas para apontar os caminhos da sucessão paulistana. E você, o que acha que vai acontecer? Faça a sua aposta.