terça-feira, 8 de setembro de 2020

Quem deve administrar a cidade pelos próximos quatro anos?


Acompanhamos com mais atenção a gestão da cidade de São Paulo, por sermos daqui, obviamente. Mas a pergunta vale para todos os eleitores de todos os municípios espalhados pelo Brasil. Vamos às urnas no dia 15 de novembro com qual objetivo?

Por mais que tenhamos motivos para desanimar com a política e desacreditar nos políticos, não podemos fugir da responsabilidade que está nas nossas mãos: eleger quem vai administrar a cidade pelos próximos quatro anos, de 2021 a 2024. Não é pouca coisa.

Temos um compromisso com o nosso futuro. Parece clichê, mas é a mais pura realidade. Com que moral eu vou reclamar de quem for eleito se nem sei em quem votar, por que votar, o que eu espero do meu candidato e quais são as prioridades da cidade e as minhas próprias como eleitor e cidadão?

Você já parou para pensar como é a cidade que desejamos ter - no limite entre o melhor que podemos idealizar e o que é possível fazer com orçamento apertado e uma série de obrigações que consomem grande parte desses recursos, deixando uma ínfima margem para investimentos e inovações?

Como administrar uma cidade que cresceu sem planejamento e de forma tão desigual e desordenada? Que em grande parte tem uma população que vive na informalidade ou até mesmo na ilegalidade, em ocupações irregulares, áreas invadidas, sem a mínima infra-estrutura necessária e em condições desumanas?

Uma cidade com submoradias, subemprego e desemprego, atividades sem licença, poluição, trânsito caótico, múltiplos problemas sociais, econômicos, urbanos, ambientais. Educação, saúde, segurança, serviços, transportes, assistência social, zeladoria: o que não é urgente e prioritário no dia a dia da cidade?

Com qual espírito vamos às urnas, afinal? Manter ou rejeitar o que está sendo feito? Votar com razão ou emoção? Pensar num alinhamento ideológico com o governo federal ou, ao contrário, fazer daqui uma trincheira de resistência do estado democrático de direito contra o fanatismo, o negacionismo e o obscurantismo?

Queremos dar um viés mais à direita ou mais à esquerda na futura administração? Ou o segredo é encontrar o equilíbrio e a sensatez de uma gestão eficiente, moderna, humana, inteligente e responsável, que tenha como foco a qualidade de vida, a boa política e o desenvolvimento sustentável?

Candidatos e candidatas estão aí, com perfis variados, origens e histórias diversas, múltiplas e incontáveis promessas de campanha - que, de fato, ainda nem começou oficialmente. Mas vamos cair em conversinha dessa vez? Vamos votar na melhor propaganda ou no compromisso mais viável e sincero?

Você se considera bem informado sobre os problemas da sua rua, do seu bairro, da sua região, da cidade, do país, do mundo? Tem consciência da importância do seu voto? Refletiu sobre as motivações da sua escolha? Definiu quem pode te representar com ética, dignidade e mais capacidade na Prefeitura? Pois pense.