terça-feira, 29 de setembro de 2020

Caras novas na política: em quem votar para a Câmara de São Paulo?


Nas últimas eleições municipais, em 2016, houve a eleição de algumas caras novas no Legislativo. Entre os mais jovens vereadores e vereadoras de São Paulo, as mais surpreendentes foram Fernando Holiday (eleito pelo DEM, hoje no Patriotas), Caio Miranda (eleito pelo PSB, hoje no DEM), Janaína Lima (Novo) e Sâmia Bonfim (PSOL, depois eleita deputada federal em 2018).

Agora, em 15 de novembro de 2020, teremos novamente incontáveis candidatos que vão pedir o seu voto e se apresentar como opções de renovação da política. Mas a gente sabe que nem todo jovem candidato significa necessariamente uma novidade boa ou uma mudança para melhor.

Assim como acompanhamos por aqui o dia a dia da política e os bastidores da Câmara Municipal de São Paulo, vamos ficar de olho nas campanhas e mostrar que pode existir uma enorme diferença entre a suposta “nova política” e a efetiva “boa política”.

Mas, enfim, como ajudar o eleitor a encontrar candidaturas que valem o voto? Certeza de um bom mandato, com novos vereadores que eventualmente forem eleitos, ninguém pode ter. Isso é óbvio. Mas um bom currículo, ficha limpa, clareza e coerência de ideias e de propostas podem ajudar.

Vamos trazer algumas dessas caras novas à página. Sem campanha partidária nem direcionamento ideológico, muito menos declaração de voto, mas abrindo espaço para antecipar alguns nomes que podem se destacar nas eleições, e que compartilhamos com os nossos seguidores.

Começamos hoje com três mulheres candidatas fortes e inteligentes, com personalidades marcantes e três histórias incríveis de vida, que mostram a diversidade de opções nas urnas: Aline Torres (MDB), Malu Molina (Cidadania) e Marina Bragante (Rede). 

Todas tem em comum nas suas propostas a redução das desigualdades e também a participação em movimentos cívicos como RAPS, RenovaBR, Agora e Acredito.

ALINE TORRES

Aline Torres, 35 anos, é formada em Relações Públicas e pós-graduada em Gestão de Projetos Culturais na ECA-USP.

Mulher negra, feminista, nascida na periferia, tem como objetivo trabalhar a cultura e a educação como ferramentas de inclusão e empoderamento da juventude.

Por isso essas são as suas principais bandeiras: a promoção da igualdade e as políticas afirmativas, além de boas práticas de gestão, inovação e empreendedorismo, unindo tudo isso para garantir que as mulheres, os negros, os homossexuais e todos aqueles que ainda são minorias na política tenham seus direitos representados.

Foi diretora do Centro Cultural de Juventude Ruth Cardoso, destacado centro de políticas públicas para jovens e adolescentes, onde atuou no planejamento e identificação de oportunidades para a população jovem por meio da cultura.

Nasceu em Pirituba, zona norte da capital. Aos 16 anos, frequentava cursinhos da Educafro, uma organização voltada para a inclusão de negros e pobres no ensino superior. Filiou-se ao PSDB, foi candidata a deputada federal em 2018 e obteve 13.189 votos. Hoje está no MDB.


MALU MOLINA

Malu Molina, 26 anos, paulistana da Vila Mazzei (zona norte), é cientista política e atuou como coordenadora no mandato da deputada federal Tabata Amaral - que apóia a sua candidatura pelo Cidadania.

Ambas disputaram a eleição de 2018 pelo PDT. Tabata foi eleita para a Câmara dos Deputados e Malu Molina teve 17.721 votos para a Assembleia Legislativa.

Começou a trabalhar aos 15 anos com vendas e costura, o que a motivou a seguir o curso de moda. Obteve bolsa de estudos, foi a primeira de sua família a fazer faculdade, e ao sair da sua comunidade para estudar e trabalhar fora, conta que se deparou com uma outra São Paulo: rica e cheia de oportunidades, mas extremamente desigual.

Emendou a faculdade de moda com a de ciência política tendo como foco estudar e trabalhar para reduzir as desigualdades. Foi pesquisadora do tema (CNPq), eleita para o Conselho Municipal Participativo da Prefeitura Regional de Santana/Tucuruvi/Mandaqui e trabalhou na Secretaria de Direitos Humanos do município, dentre outras experiências no setor privado.

Como prioridade, define algumas metas no chamado “Manifesto Pelas Vidas de São Paulo”, entre as quais instituir a Renda Básica Cidadã para famílias em situação de vulnerabilidade da cidade; e outras políticas de redução das desigualdades, como o incentivo à urbanização de favelas e à implementação de equipamentos públicos de saúde, educação e cultura em todos os bairros desassistidos.


MARINA BRAGANTE

Marina Bragante, 41 anos, é psicóloga formada pela PUC-SP e mestre em Administração Pública pela Universidade de Harvard.

Mãe de trigêmeos, trabalha há 15 anos no serviço público, fundamentalmente no Poder Legislativo (municipal, estadual e federal).

Foi por seis anos coordenadora executiva do gabinete do vereador e deputado federal Floriano Pesaro (PSDB) e por 18 meses chefe de gabinete da deputada estadual Marina Helou, hoje candidata à prefeita da Rede Sustentabilidade.

No Poder Executivo, atuou na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e foi também Secretária Adjunta do Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, na gestão do governador Geraldo Alckmin.

Entre as suas prioridades como candidata a vereadora estão os cuidados com a população mais vulnerável, a primeira infância, um “governo inteligente” e a redução das desigualdades na cidade.

Pesquise, informe-se, vote de maneira consciente. Boas opções não faltam (e traremos mais). O futuro de São Paulo está nas nossas mãos.