Cá entre nós, significaria um retrocesso abominável para a cidade, que hoje conta com a atuação de uma direita mais “light”, afeita ao diálogo e à convivência pacífica e respeitosa entre conservadores e progressistas, liberais e obscurantistas moderados.
Mas o radicalismo exacerbado, que desde 2018 chegou à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa com o acirramento da polarização entre a civilização e a barbárie, ameaça se reproduzir também no Legislativo paulistano a partir da eleição de vereadores apoiados por deputados que integram o chamado “gabinete do ódio”.
O bolsonarismo explícito praticamente não existe atualmente na Câmara de São Paulo. Apenas o vereador Rinaldi Digilio, que trocou o Republicanos pelo PSL, parece exceder um pouco no fanatismo e na bajulação ao presidente, como ao propor um título de cidadã paulistana à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ainda assim, é uma ação isolada que pouco repercute.
Mas essa calmaria pode acabar. Entre os candidatos “terrivelmente conservadores” que se apresentam nestas eleições há nomes como Edson Salomão (PRTB), ex-chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia, expulso do PSL e denunciado por disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas.
Outras candidaturas oriundas da bolha ideológica de fanáticos bolsonaristas são, por exemplo, Sonaira Fernandes (Republicanos), ex-assessora de Eduardo Bolsonaro e do deputado estadual Gil Diniz, mais um expulso do PSL; e Bruno Zambelli (PRTB), irmão da deputada federal Carla Zambelli, kamikaze da tropa de choque da família Bolsonaro.
Quem achava que o MBL era o máximo de extremismo à direita que poderia chegar ao parlamento, com suas pautas contra a chamada ideologia de gênero, contra as cotas nas universidades, contra o aborto etc. vai se surpreender com dissidentes que julgam Fernando Holiday e Mamãe Falei muito “centristas” e prometem radicalizar no combate ao “comunismo” (seja lá qual leitura se possa fazer dessa ideia cretina...).
A bancada da bala - integrada por policiais civis e militares - é outra que deverá eleger novos expoentes. Desfalcada nos últimos anos, desde a eleição de ex-vereadores como Conte Lopes e Coronel Telhada para a Assembleia Legislativa, ou a morte do Coronel Erasmo Dias (espécie de guru de todos eles), conta agora com pelo menos 64 candidatos que carregam a patente no nome da urna.
Para se ter noção, entre candidaturas de civis e militares linha-dura estão denominados 14 cabos, 11 coronéis, 11 sargentos, 6 capitães, 5 majores, 5 bombeiros, 4 delegados, 3 tenentes, 3 policiais e 2 comandantes. É um recorde absoluto de fardados desde a redemocratização.
Alguns vem em dose dupla, como os midiáticos primos Palumbo (ambos estrelas de programas sensacionalistas na TV): o Major Palumbo (PP), porta-voz do Corpo de Bombeiros com participação diária no programa do Datena ou no Cidade Alerta, da Record; e o Delegado Palumbo (MDB), do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos), outra figurinha fácil dos telejornais da tarde e astro do programa Operação de Risco.
Há ainda 22 candidatos identificados como pastores, 3 apóstolos e 5 bispos, evangélicos que pretendem reforçar a chamada bancada da bíblia, que já conta inclusive com o presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB), e pelo menos outros 13 parlamentares espalhados por diversos partidos. Mas, aguarde: vem aí o milagre da multiplicação.
Pobre São Paulo. Entre as promessas desses candidatos há pautas comportamentais totalmente dissociadas das atribuições da Câmara Municipal. A maioria provavelmente nem sabe quais são as funções de um vereador, muito menos como funciona o Legislativo da maior capital do Brasil. Conclusão: dias piores virão!
Mas o radicalismo exacerbado, que desde 2018 chegou à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa com o acirramento da polarização entre a civilização e a barbárie, ameaça se reproduzir também no Legislativo paulistano a partir da eleição de vereadores apoiados por deputados que integram o chamado “gabinete do ódio”.
O bolsonarismo explícito praticamente não existe atualmente na Câmara de São Paulo. Apenas o vereador Rinaldi Digilio, que trocou o Republicanos pelo PSL, parece exceder um pouco no fanatismo e na bajulação ao presidente, como ao propor um título de cidadã paulistana à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ainda assim, é uma ação isolada que pouco repercute.
Mas essa calmaria pode acabar. Entre os candidatos “terrivelmente conservadores” que se apresentam nestas eleições há nomes como Edson Salomão (PRTB), ex-chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia, expulso do PSL e denunciado por disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas.
Outras candidaturas oriundas da bolha ideológica de fanáticos bolsonaristas são, por exemplo, Sonaira Fernandes (Republicanos), ex-assessora de Eduardo Bolsonaro e do deputado estadual Gil Diniz, mais um expulso do PSL; e Bruno Zambelli (PRTB), irmão da deputada federal Carla Zambelli, kamikaze da tropa de choque da família Bolsonaro.
Quem achava que o MBL era o máximo de extremismo à direita que poderia chegar ao parlamento, com suas pautas contra a chamada ideologia de gênero, contra as cotas nas universidades, contra o aborto etc. vai se surpreender com dissidentes que julgam Fernando Holiday e Mamãe Falei muito “centristas” e prometem radicalizar no combate ao “comunismo” (seja lá qual leitura se possa fazer dessa ideia cretina...).
A bancada da bala - integrada por policiais civis e militares - é outra que deverá eleger novos expoentes. Desfalcada nos últimos anos, desde a eleição de ex-vereadores como Conte Lopes e Coronel Telhada para a Assembleia Legislativa, ou a morte do Coronel Erasmo Dias (espécie de guru de todos eles), conta agora com pelo menos 64 candidatos que carregam a patente no nome da urna.
Para se ter noção, entre candidaturas de civis e militares linha-dura estão denominados 14 cabos, 11 coronéis, 11 sargentos, 6 capitães, 5 majores, 5 bombeiros, 4 delegados, 3 tenentes, 3 policiais e 2 comandantes. É um recorde absoluto de fardados desde a redemocratização.
Alguns vem em dose dupla, como os midiáticos primos Palumbo (ambos estrelas de programas sensacionalistas na TV): o Major Palumbo (PP), porta-voz do Corpo de Bombeiros com participação diária no programa do Datena ou no Cidade Alerta, da Record; e o Delegado Palumbo (MDB), do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos), outra figurinha fácil dos telejornais da tarde e astro do programa Operação de Risco.
Há ainda 22 candidatos identificados como pastores, 3 apóstolos e 5 bispos, evangélicos que pretendem reforçar a chamada bancada da bíblia, que já conta inclusive com o presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB), e pelo menos outros 13 parlamentares espalhados por diversos partidos. Mas, aguarde: vem aí o milagre da multiplicação.
Pobre São Paulo. Entre as promessas desses candidatos há pautas comportamentais totalmente dissociadas das atribuições da Câmara Municipal. A maioria provavelmente nem sabe quais são as funções de um vereador, muito menos como funciona o Legislativo da maior capital do Brasil. Conclusão: dias piores virão!