segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Eleição de pai para filho: Será que funciona?


Exemplo maior de influência da linhagem familiar na política é o presidente Jair Bolsonaro com seus três filhos eleitos na trilha do pai: Flavio, Carlos e Eduardo. O próprio Bruno Covas, prefeito candidato à reeleição, seguiu os passos do avô, o ex-governador Mário Covas.

Na Câmara Municipal de São Paulo há desde o caso do pai vereador que fez dois filhos deputados e herdeiros de votos, como Milton Leite (DEM); até filhos de políticos veteranos que dão continuidade à epopeia familiar como vereadores. Vários deles buscam a reeleição no dia 15 de novembro e outros tentam chegar lá.

A vereadora Adriana Ramalho (PSDB) é filha do ex-deputado Ramalho da Construção; O veterano Aurélio Nomura (PSDB), do ex-deputado Diogo Nomura; George Hato (MDB), de Jooji Hato; Gilberto Nascimento Jr. (PSC), de Gilberto Nascimento; Rodrigo Goulart (PSD), de Antonio Goulart; e o próprio Mario Covas Neto (Podemos) é tio do prefeito Bruno Covas (PSDB) e filho do saudoso Mário Covas.

Há inúmeras outras relações de parentesco no Palácio Anchieta: Jair Tatto e Arselino Tatto, ambos vereadores, são irmãos do candidato a prefeito do PT, Jilmar Tatto; Xexéu Tripoli (PSDB) é irmão do ex-vereador Roberto Tripoli (PV), que também deve retornar à Câmara, e do ex-deputado Ricardo Tripoli.

Rute Costa (PSDB) é irmã da deputada Marta Costa (PSD), candidata a vice-prefeita de Andrea Matarazzo. Celso Giannazi (PSOL) é irmão do deputado Carlos Giannazi. O presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), é sobrinho do ex-senador Romeu Tuma.

Sandra Tadeu (DEM) é casada com o deputado federal Jorge Tadeu Mudalen e ambos tem um filho vereador em Guarulhos. Patricia Bezerra, casada com o ex-deputado e novamente candidato a vereador Carlos Bezerra Jr. Tem ainda Eduardo Suplicy (PT), que formou o mais famoso casal da política paulistana enquanto foi marido de Marta Suplicy.


Na leva de filhos que se aventuram nestas eleições, destacamos Abou Anni Filho, com 29 anos, que segue a carreira do pai ex-vereador e deputado federal no PSL; e Jorge Wilson Filho, com apenas 21 anos de idade, filho do deputado estadual Jorge Wilson, o “xerife do consumidor” e parceiro preferencial de Celso Russomanno no Republicanos.

E o que um candidato tão jovem teria a oferecer, além do nome paterno no RG? Parece que nada mais que isso. Veja a apresentação de Jorge Wilson Filho: “Acompanho meu pai desde pequeno na defesa dos cidadãos e agora estou preparado para ser o seu porta-voz na Câmara Municipal”.

E a resposta do pai nas redes sociais: “Meu filho amado, você não imagina o meu orgulho e a alegria em ver você lutando como sempre esteve ao meu lado, trabalhando com dedicação e ajudando o próximo de coração aberto. Você enche meu coração de gratidão a Deus, por ter o privilégio de ver você dando toda a atenção que a população merece, sempre com muito respeito e carinho, como sempre fiz e continuo fazendo. Muito orgulho do homem que se tornou! Na qualidade de pai, hoje me torno espectador da sua luta!”.

Devem ser estas algumas das tradicionais famílias brasileiras, formadas por cidadãos de bem que os políticos tanto citam e usam em seus discursos. Irmãos, casais, pais e filhos unidos por amor ao poder e na luta incansável pelo nosso voto. Que fofos!