segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O que esperar de cada candidato no ensino municipal



Na semana do Dia da Criança e do Dia dos Professores, vale a pena pesquisar o que cada um dos 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo apresenta em seus planos de governo para a educação e o ensino público municipal. Vamos lá: 


Andrea Matarazzo (PSD)


Revela preocupação em melhor capacitar os estudantes por meio de parcerias com o Sistema S (para articulação com o ensino técnico) e com a secretaria de relações internacionais (para intercâmbios e aprendizado de idiomas), além da promoção de competições esportivas, programas culturais e olimpíadas de matemática, língua portuguesa e ciências entre as unidades.


Ele também destaca a importância do Ensino Fundamental em tempo integral e da inclusão, de modo a recuperar aqueles alunos com maior dificuldade, acelerar quem tiver defasagem idade-série, atender àqueles que revelarem altas habilidades, adaptar as unidades para receber as crianças com necessidades especiais e implementar o programa Transporte Escolar Acessível. 


O plano também visa o fortalecimento da formação continuada do magistério por meio de parcerias com universidades, além da intenção de modernizar as escolas com equipamentos, tanto em sala de aula, quanto para otimização das atividades administrativas e melhoria da segurança. 


Antonio Carlos (PCO)


O programa de governo proposto pelo PCO para a educação não se restringe a um planejamento para a rede municipal, mas contém propostas que demandam mudanças em âmbito federal e estadual.


Propõe o fim do ENEM, dos vestibulares e do ensino privado pela garantia de livre acesso às universidades públicas, além do fim do Ensino à Distância (EAD) em todos os níveis e o fim das escolas militares.


Segundo o candidato, a gestão deve ser democratizada, com autonomia para que os alunos, professores, funcionários e pais assumam as políticas adotadas pelas instituições de ensino, o calendário e o uso dos recursos, bem como deve ser incentivada a formação de comitês de luta estudantil. 


Arthur do Val (Patriota)


O plano destaca a atenção à educação básica, ampliando o sistema de voucher para creches, especialmente em áreas periféricas, e a intenção de firmar parcerias com a iniciativa privada para distribuição de merenda saudável e oferta de cursos profissionalizantes.


Entre as novidades propostas estão a implantação do modelo de Escola 360, com unidades abertas todos os dias do ano para lazer nas quadras e reforço aos finais de semana, e tornar a Controladoria Geral do Município a responsável pela auditoria dos contratos para gestão com as Organizações Sociais (OSs).


Para os professores, Arthur do Val sinaliza a intenção de melhorar os planos de carreira e implementar um plano pedagógico em parceria com a assistência social para redução do abandono escolar.


Bruno Covas (PSDB)


O prefeito enfatiza a atenção à primeira infância por meio do programa “Toda Criança Importa”, que prevê a expansão da Bolsa Primeira Infância e promete zerar a fila de espera por vagas em creches.


Na infraestrutura, Covas diz que, se reeleito, 12 novos CEUs serão construídos, que as salas de aula serão modernizadas, que serão adquiridos 465 mil tablets com internet para os alunos do Ensino Fundamental, e que serão implantadas câmeras de segurança nas instituições de ensino.


Para os professores, o plano contempla a manutenção da política de valorização da carreira com pagamento de prêmios por desempenho, e, para as famílias, o candidato promete a implantação de um novo modelo de compra de uniformes e material escolar, com repasse direto

da verba para esta finalidade.


Celso Russomanno (Republicanos)


O candidato enfatiza o desejo de implantar uma “cultura digital” nas escolas, que alcance tanto os alunos (nas tarefas, videoaulas e materiais de suporte às disciplinas) quanto a direção das unidades (comunicação digital para videoconferências, diálogo com as famílias e apresentação do plano pedagógico).


Ele também destaca a necessidade de motivar a equipe docente com a formação continuada e assessoria pedagógica online, além do Programa Educador Inovador, que visa a implantação de uma plataforma para cadastro de projetos inovadores, com premiação dos melhores a cada semestre, e parceria com start-ups, gerando oportunidades de negócios.


Para a educação infantil, Russomano quer criar uma agência reguladora para convênios, de modo a ampliar a oferta de vagas; e para os jovens e adultos, trabalhar a qualificação para o mercado de trabalho com um material didático que contemple a gestão de tempo, a educação financeira e o empreendedorismo. 


Filipe Sabará (Novo)


O plano de governo aposta em dois programas, o “Ensino Nota 10”, que implantará um sistema de remuneração com base em resultados de aprendizagem, e o “Escola Funcionando”, que pretende desenvolver parcerias com instituições privadas, “diminuindo custos operacionais, viabilizando atividades em tempo integral durante a semana e atividades extracurriculares”.


Segundo o candidato, as escolas terão metas para que, em 2024, pelo menos 85% dos alunos atinjam o aprendizado adequado em Língua Portuguesa e Matemática nos anos iniciais, e 75% alcancem a meta nos anos finais do Ensino Fundamental. O candidato também promete acabar com a histórica fila da creche.


Diz ainda que vai aumentar a acessibilidade digital nas escolas e investir em conteúdos “mais atuais”, como trabalho moderno, empreendedorismo, finanças e programação digital. O plano também prevê a criação do “Jovem Profissa”, para a capacitação e ocupação técnica remunerada para os alunos a partir de 14 anos.


Guilherme Boulos (PSOL)


O plano prevê a universalização da qualidade nas escolas municipais por meio da destinação de 31% das receitas arrecadadas ao ensino, adequação do orçamento da cidade ao Plano Municipal de Educação e uma reversão do processo de privatização, terceirização e conveniamento no setor.


O candidato do PSOL também propõe a valorização dos profissionais com mecanismos de evolução funcional e progressão salarial, convocação dos aprovados nos concursos públicos, parcerias com universidades públicas visando a formação continuada e programas de prevenção ao adoecimento.


O plano estabelece ainda uma educação pública com gestão democrática, autonomia para que as escolas elaborem os próprios programas, uma Conferência de Educação da Cidade e o incentivo à formação de grêmios estudantis. 


A educação na capital, segundo o candidato, deve ser inclusiva, com o fortalecimento da educação aos indígenas, aos adultos, aos surdos, e com um material pedagógico que valorize as comunidades tradicionais de matriz indígena e africana.


Jilmar Tatto (PT)


O plano contempla especialmente a inclusão social, por meio da abertura das escolas aos finais de semana e feriados, com atividades e cursos para a comunidade, da introdução de ensino de história africana e indígena no currículo escolar, da adaptação física das unidades para que se tornem acessíveis às pessoas com deficiências e do aumento do número de unidades para Educação de Jovens e Adultos (EJA).


Sugere ainda o lançamento de uma universidade municipal com base na rede UniCEU, a implantação do Programa LaborEstudantil, dedicado à pesquisa, o resgate da Universidade Aberta da Pessoa Idosa (UAPI), o conceito de escola aberta com o uso de parques na educação infantil, a criação do Programa Estúdio Escola, para a produção de programas como a Escola TV, a Imprensa Jovem e o Projeto Rádio nas unidades educacionais, além de um programa de auxílio estudantil para fornecimento de uniforme, material escolar e transporte gratuito.


Para os professores, o candidato propõe mesas de negociação sindical com diálogo permanente, fortalecimento da Coordenação de Gestão de Saúde do Servidor (CGSS) e atenção à formação continuada, com licença remunerada para que os profissionais realizem cursos de especialização.


Joice Hasselmann (PSL)


A candidata destaca o trabalho que pretende empreender na pré-escola com o objetivo de alcançar a universalização do ensino infantil na capital paulista. Ela diz que, se eleita, vai avaliar qual será o melhor modelo, se creches próprias ou privadas, para eliminar o problema crônico de carência de vagas e fila de espera.


O plano cita a melhoria das condições de trabalho para o professor, com aumento da remuneração, incentivo à formação continuada e investimento em equipamentos e tecnologia.


Para o ensino fundamental, a candidata promete implementar a educação em tempo integral e um método pedagógico moderno, multidisciplinar e tecnológico, com instituições que estimulem a criatividade e o empreendedorismo, e parcerias com a iniciativa privada para uso de espaços alternativos em

que o estudante possa priorizar as áreas de sua preferência.


Levy Fidelix (PRTB)


O candidato propõe a implantação de consultórios odontológicos nas escolas, guaritas para que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) se encarregue da segurança nas unidades, a construção de 8 escolas militares nos quatro anos de gestão, e a reintrodução do canto obrigatório do hino nacional.


Na gestão das unidades, ele quer que a merenda seja preparada dentro escola, que os uniformes e material escolar sejam entregues dentro do prazo, e que orientadores sejam contratados para atender os pais, “liberando o docente para sua atividade exclusivamente de ensinar”.


O candidato promete ainda a implantação de um ensino digital, que contemple o uso de equipamentos como tablets, e a formação de bibliotecas virtuais.


Marina Helou (Rede)


A candidata desenvolve suas propostas para a educação pública em seis eixos detalhados. As crianças de 0 a 6 anos são prioridade no programa, e a meta é universalizar o acesso às creches e pré-escolas até 2026. O projeto inclui a Bolsa-Neném, para mães com filhos de até 4 meses.


Para o Ensino Fundamental, a meta é alcançar 100% da alfabetização dos adolescentes paulistanos. Para isso, ela defende mudanças pedagógicas que aumentem a adesão do jovem ao projeto escolar, parceria com a assistência social para atuar com os estudantes que trabalhem, e conseguir que 50% das escolas ofereçam educação em tempo integral.


As propostas também contemplam ações para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e visam superar o analfabetismo neste segmento da sociedade, por meio de uma melhor distribuição territorial das vagas e uma mudança pedagógica com a introdução do modelo de Paulo Freire.


A valorização dos professores, gestores e servidores do ensino público municipal também é mencionada no projeto com formação continuada, licença remunerada, parcerias com universidades, garantia da licença maternidade das professoras por seis meses, ampliação da licença paternidade dos professores para um mês, e respeito ao limite de alunos por turma.


Marcio França (PSL)


As principais soluções que o candidato oferece estão relacionadas à modernização da rede. Pelo Programa Escola do Amanhã, as instituições de ensino ofereceriam cursos como programação e robótica desde a primeira infância até o final do ensino fundamental.


A Universidade Digital Municipal (UDM) seria uma plataforma de educação à distância, que garantiria uma vaga no ensino superior a todos os jovens que concluírem o ensino médio nas escolas municipais da capital e aos servidores públicos.


O plano de governo também prevê o Programa de Acesso a Instrumentos Digitais, que visa disponibilizar computadores e tablets para alunos e professores.


O candidato promete ainda universalizar as vagas em creches na cidade por meio da construção de novas unidades e de parcerias com entidades cadastradas, além de determinar a integração com os serviços de saúde e assistência social para alunos de 0 a 6 anos.


Orlando Silva (PCdoB)


O candidato pretende empreender reformas em aparelhos públicos da educação, equipando as escolas com bibliotecas, quadras e laboratórios. As unidades localizadas em distritos mais carentes seriam priorizadas.


Ele defende ainda a contratação de profissionais de diversas áreas, como enfermagem e artes, e oficinas científicas nas escolas, além da criação de bolsas de trabalho para estudantes.


Vera Lucia (PSTU)


candidata sintetiza as propostas para a rede pública de ensino dentro de seu “Plano de Medidas Democráticas e Socialistas para São Paulo”.

Na gestão, ela pretende destinar 30% do orçamento para a educação, e 6% específicos para programas de educação inclusiva. Entre os investimentos estariam a construção de novas creches e a disponibilização do passe livre para estudantes. Há ainda a proposta de incorporar os Centros de Educação Infantil (CEI) conveniados e fortalecer os conselhos escolares.

Para os professores e funcionários, promete revogar o Sampaprev e, em termos pedagógicos, propõe a educação sexual nas escolas para crianças e jovens com a finalidade de informá-los e protegê-los, além de uma política de combate ao racismo, machismo, LGBTfobia e xenofobia.