terça-feira, 6 de outubro de 2020

Sonho do brasileiro ganhar na Mega-Sena acumulada já é realidade para partidos e igrejas, políticos e pastores


Será que é por isso que se usa a expressão “fazer uma fezinha” quando jogamos na loteria? Se bem que é muito mais fácil ficar milionário abrindo um partido ou uma igreja do que gastando toda semana na lotérica, né? Só por Deus...

O prêmio acumulado na Mega-Sena desta quarta-feira é de R$ 100 milhões. Apesar de ser o sonho da vida de qualquer brasileiro comum, parece trocado miúdo perto dos R$ 2 bilhões do fundo eleitoral e dos R$ 500 milhões que as igrejas devem em impostos para o governo federal.

PT e PSL, que são os partidos que mais receberam dinheiro público do fundo eleitoral em 2020, tem - cada um - o dobro da Mega-Sena acumulada para torrar nas campanhas de seus candidatos, quase todos seguidores fanáticos de Lula ou de Bolsonaro. Isso que é jogo de azar, hein?

São R$ 201 milhões para o PT e R$ 199 milhões para o PSL. Bolada milionária para gastar exclusivamente nas eleições, com candidatos como Jilmar Tatto e Joice Hasselmann. Sem contar o fundo partidário anual, que também fica na casa da centena de milhões, para o custeio dessas legendas.

O MDB de Temer, Sarney, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Sergio Cabral e uma série de políticos enlameados na Lava Jato também já ganhou valor idêntico a uma e meia Mega-Sena acumulada para estas eleições. O seu, o meu, o nosso suado dinheirinho.

No total, 11 partidos receberam valores acima de R$ 100 milhões do fundo eleitoral (PT, PSL, MDB, PP, PSD, PSDB, DEM, PL, PSB, PDT e Republicanos). Outros 22 partidos tem direito às verbas públicas para fazer as campanhas de seus candidatos, de acordo com os resultados eleitorais de 2018.

Já a dívida das igrejas evangélicas apenas com a Receita Federal, de acordo com dados públicos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, passa dos R$ 500 milhões. É o milagre da multiplicação das Mega-Senas para Edir Macedo, R.R. Soares, Silas Malafaia, Valdemiro Santiago e outros apóstatas de Deus.

E o que as igrejas querem, num acordo tramado no Congresso Nacional pela bancada da Bíblia com apoio declarado do presidente Bolsonaro? Anistiar essa dívida, obviamente. Coisa pouca: apenas cinco Mega-Senas acumuladas. Aleluia! E alguém ainda duvida do poder desses crupiês da fé?

Cá entre nós, faço uma pergunta apenas para quem votou em Bolsonaro desde o 1º turno, em 2018. Se fosse possível voltar no tempo, sabendo tudo o que aconteceu até agora em 2020, você apostaria suas fichas em outro candidato? Qual seria o seu voto e por qual razão?

E quem não votou no Bolsonaro, como eu, mas considera que o 2º turno de 2018 foi o pior possível entre todas as opções que tínhamos, ao reduzir o Brasil à polarização burra e estreita de bolsonaristas x petistas, que resultado diferente você preferia ver hoje? E em 2022, que bicho vai dar?