segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Veja políticos e celebridades em quem os partidos apostam como “puxadores de votos”


Com o fim das coligações partidárias na eleição para a Câmara Municipal, ganham importância em cada legenda os chamados “puxadores de votos”. Geralmente são vereadores que disputam a reeleição ou celebridades que apostam na popularidade.

Dos dez vereadores paulistanos mais votados em 2016, sete são candidatos à reeleição: Eduardo Suplicy (PT, 301.446 votos), Milton Leite (DEM, 107.957), Tripoli (eleito pelo PV, hoje no PSDB, 88.843), Mario Covas Neto (eleito pelo PSDB, hoje no Podemos, 75.593), Eduardo Tuma (PSDB, 70.273), Adilson Amadeu (PTB, hoje no DEM, 67.071) e Souza Santos (PRB, 55.924).

Entre os três restantes, Conte Lopes (PP) foi eleito deputado estadual em 2018; Ricardo Nunes (MDB) é agora o candidato a vice do prefeito Bruno Covas (PSDB); e Celso Jatene (PL) decidiu não disputar a reeleição após cinco mandatos consecutivos como vereador, desde 2000.

É provável que os sete mais votados há quatro anos estejam novamente no topo da apuração em 2020, principalmente Suplicy como campeão de votos pelo PT e Milton Leite pelo DEM. Sobre o terceiro colocado, Tripoli, há uma curiosidade.

Tripoli virou praticamente uma grife, além de sobrenome dos três irmãos políticos: Roberto, Ricardo e Reginaldo, o Xexéu. Em 2016, o Tripoli eleito vereador pelo PV foi Xexéu, enquanto Roberto era deputado estadual pelo PV e Ricardo, deputado federal pelo PSDB. Mas a confusão até ajudava na eleição.

Pois em 2020, Roberto Tripoli, que já foi vereador e presidente da Câmara de São Paulo, é novamente candidato pelo PV. O atual vereador Xexéu - apenas Tripoli na urna - também disputa o mesmo cargo, agora pelo PSDB. Será que o eleitor vai saber quem é quem?

Ter dois irmãos eleitos vereadores não chega a ser novidade. Na atual legislatura, Arselino e Jair Tatto integram juntos a bancada do PT. Em mandatos diferentes, também Carlos e Celso Giannazi (PSOL), Marta e Rute Costa (hoje no PSDB) disputaram uma das 55 vagas.

Além de Tripoli, outros veteranos tentam voltar à política como vereadores, com destaque para Arnaldo Faria de Sá (PP), Luiz Antonio de Medeiros (Solidariedade), Turco Loco (PSDB) e Missionário José Olímpio (DEM). Apesar de bons de votos, foram derrotados nas urnas nas últimas eleições disputadas como deputados.

Entre as celebridades que concorrem à Câmara neste ano com algum favoritismo estão nomes como o radialista Eli Corrêa (DEM), o filho trans da cantora Gretchen, Tammy Miranda (PL), e o Dr. Bactéria (PSD), figurinha fácil na mídia.

Oriundos do esporte temos os ex-atletas olímpicos Diego Hypolito (PSB) e Maurren Maggi (DEM), e o lutador de MMA e ex-participante da Fazenda, na Record TV, Felipe Sertanejo (Podemos).

Os ídolos do Corinthians, Dinei (Republicanos) e Marcelinho Carioca (PSL), são candidatos outra vez. Marcelinho, por exemplo, pulou de Lula a Bolsonaro, passando por PSB, PT, PRB e Podemos. Do futebol também vem o ex-árbitro Alfredo Loebeling (PTB) e o cartola corinthiano André Negão (PSB).

Da música temos Celinho Fat Family (PTB), Nahim (PMN), Osvaldinho da Cuíca (Avante), Welington Camargo (Republicanos), irmão de Zezé di Camargo e Luciano, e ainda Nenem (PROS), da dupla Pepê & Nenem.

Entre outras subcelebridades da TV, Victor Mionzinho (Novo), Chiquinho Scarpa (PSD), Fábio Arruda (PSL), Renata Banhara (Republicanos), a promotora Eliana Passarelli (Republicanos), o Repórter Carlos Cavalcante (Republicanos) e o Diretor Goiabinha (PP), do Programa do Gugu.

Idealistas e ativistas da boa política, temos Soninha Francine (Cidadania) e Renata Falzoni (PV), além de uma série de candidaturas coletivas, como as Bancadas Feministas do PCdoB e do PSOL, ou a Bancada Antifascista do PT.

À direita, na bolha ideológica bolsonarista, algumas apostas são Sonaira Fernandes (Republicanos), Bruno Zambelli (PRTB), Abou Anni Filho (PSL), Rinaldi Digilio (PSL) e Edson Salomão (PRTB). Do MBL, Fernando Holiday e Rubinho Nunes devem liderar a votação no Patriota.

A legislatura 2021-2024 na Câmara Municipal promete. Todo cuidado é pouco. Depois não digam que foi por falta de aviso. Pobre São Paulo. Afinal, sempre é possível piorar.