sábado, 24 de outubro de 2020

Domingo, 25 de outubro: Dia da Democracia no Brasil


Datilógrafo, telefonista, leiteiro, calígrafo, linotipista, operador de mimeógrafo, lanterninha de cinema, acendedor de poste, cortador de gelo, arrumador de pinos de boliche...

Eu temo que muito em breve o jornalismo e os jornalistas passem a figurar entre as profissões em desuso e os profissionais em extinção. O descrédito que paira sobre a imprensa já é bastante evidente nessa era das fake news, do negacionismo e do obscurantismo.

Cabe a nós, jornalistas por profissão, missão e vocação, a resistência. Talvez eu seja um dos últimos românticos dos litorais deste Oceano Atlântico, o último dos moicanos ou algo assim.

Mas eu prezo e pratico o bom jornalismo - assim como cobro de quem exerce funções públicas a boa política - e seguirei assim, queiram ou não os fanáticos, lunáticos e milicianos virtuais de plantão.

O dia 25 de outubro registra o Dia da Democracia no Brasil - e isso não é por acaso. Em 1975, ou seja, há exatos 45 anos, ocorreu um episódio histórico e vexatório para a democracia brasileira: o assassinato do jornalista Vladimir Herzog.

Preso injusta e ilegalmente no DOI-CODI (Destacamento de Operações Internas - Comando Operacional de Informações do II Exército), Herzog morreu após uma sessão de tortura - que os militares divulgaram na época como suicídio (veja como as fake news governistas, típicas dos canalhas, são antigas no Brasil).

Mas a morte de Herzog provocou a primeira grande reação popular contra os excessos da ditadura de 1964, tornando-se um marco na luta pela redemocratização. E por isso o 25 de outubro foi escolhido para celebrar as lutas e as conquistas do povo brasileiro contra regimes autoritários, assassinos e covardes.

E você, conhece algum governante assim nos dias de hoje, nostálgico do regime militar e, pior, que idolatra torturadores e defende assassinos? Pois então...

Este é um dos motivos essenciais do nosso desprezo pelo presidente demente, que tem o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra como ídolo e herói dele próprio, dos filhos delinquentes e dos seguidores cretinos.

Você sabe o que esse tal de Ustra, coronel que usava também o codinome Dr. Tibiriçá, fazia com os opositores que ele torturava, pelo simples motivo de lutarem contra a ditadura?

Além dos métodos tradicionais como pau-de-arara, afogamento, eletrochoque e a palmatória, o militar cafajeste, ídolo do Bolsonaro, tinha uma predileção sádica por torturar mulheres jovens e mães.

Contra vítimas completamente dominadas, indefesas, ridicularizadas, desesperadas, Ustra enfiava cabos de vassoura e até ratos na vagina dessas mulheres. Você consegue imaginar isso?

Depois, permitia uma visita às mulheres que tinham filhos pequenos - que presenciavam aquela cena desumana e deplorável das mães sujas, vomitadas, machucadas, ensanguentadas após a tortura.

Este é o tipo de “herói” desses doentes, lunáticos, covardes. É contra essa escória da política e da sociedade que lutamos. Por isso prezamos tanto a democracia, as liberdades e o estado de direito.

Não se trata simplesmente de ser de esquerda, centro ou direita. Mas de ser humano. É a civilização contra a barbárie. Acontecimentos que não devemos esquecer e que não podem nunca se repetir. Jamais! Basta!