sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Propaganda na TV faz Covas crescer e Russomanno murchar. Será essa a tendência?


O movimento mais evidente captado pelas pesquisas é o aumento significativo da intenção de voto no prefeito Bruno Covas, enquanto dispara também a rejeição a Celso Russomanno - o candidato fadado à derrota.

Completamos nesta sexta-feira, 23 de outubro, duas semanas da propaganda eleitoral exibida na TV e, obviamente, estamos cada vez mais próximos da hora do voto em 15 de novembro. Faltam apenas 23 dias.

Parece muito claro que alguns candidatos estão se beneficiando mais que os outros com esses dois blocos diários de 10 minutos, além das inserções de 30 segundos que infestam a programação normal das emissoras.

A mais recente pesquisa Datafolha (e o Ibope deve confirmar isso na próxima semana) mostra uma curva ascendente de Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), principalmente. Deixou de ser um cenário impossível ter essa dupla no 2º turno.

Os candidatos Marcio França (PSB) e Jilmar Tatto (PT) também cresceram se compararmos os números desde as primeiras pesquisas, mas ambos estão ainda muito distantes das expectativas iniciais de seus partidos.

Em 2018, França teve mais votos que João Doria na disputa pelo Governo do Estado na capital paulista. Por isso o resultado atual é frustrante. Sua última esperança é crescer com a queda de Russomanno para chegar ao 2º turno.

Já a candidatura do PT, como era previsível no atual contexto, segue muito longe da média histórica de votos dos candidatos petistas à Prefeitura de São Paulo. Dia a dia aumenta a pressão pela desistência de Tatto e o apoio a Boulos e Erundina ainda no 1º turno.

É cedo para decretar que essas tendências de subida e descida se mantenham até a eleição, mas são um indicativo importante. Na hipótese de um 2º turno entre Covas e Russomanno, o prefeito que busca a reeleição também já aparece à frente. E sua rejeição vem caindo.

O risco maior de Covas seria encontrar no 2º turno um candidato que conseguisse aglutinar todos contra ele. Russomanno não é esse nome. Boulos uniria a esquerda mas teria dificuldade de ir além. Marcio França ou Andrea Matarazzo talvez tivessem mais chances.

Todos prometem basicamente uma cidade melhor pelos próximos quatro anos. Em linhas gerais, são apresentados três caminhos paralelos para o eleitor paulistano escolher e atingir esse objetivo pelo voto em 15 de novembro.

Um caminho é o aprimoramento do rumo dado pelo prefeito Bruno Covas nestes dois primeiros anos de sua gestão solo (pós-Doria) e por um movimento suprapartidário das forças diversas que integram a sua coligação. O lema é avançar nas conquistas sem grandes sobressaltos.

Nessa mesma linha centrista parecem apostar também Marcio França e Andrea Matarazzo, ambos que por motivos pessoais tem João Doria como inimigo figadal (e por consequência seu sucessor, o prefeito Bruno Covas, como adversário pontual), mas preservam certa identidade com o eleitor tucano.

Outros dois caminhos propõem mudanças mais drásticas à esquerda e à direita no espectro político tradicional. De um lado, Guilherme Boulos e Jilmar Tatto; do outro, Celso Russomanno e o seu atrelamento muito mais oportunista do que programático ou ideológico ao bolsonarismo.

Os outros candidatos apenas cumprem tabela. São coadjuvantes na disputa, embora tenham um papel importante na agitação das redes e até nos humores da campanha: Joice Hasselmann (PSL), Arthur do Val (Patriota), Orlando Silva (PCdoB), Filipe Sabará (expulso do Novo) e Marina Helou (Rede) desempenham essa função.

Daqui até a reta final, o eleitor começa a ponderar e fazer projeções mais racionais sobre como seria a cidade com a eventual vitória de cada candidato. Slogans, jingles e memes não bastam. Queremos um prefeito competente!

O apelo emotivo do marketing eleitoral tem peso, mas questionar de onde viria todo o dinheiro necessário para atender a tantas promessas milagrosas também. Chega de propaganda enganosa. Chama o Procon! (Mas sem a patrulha do consumidor, por favor!)