terça-feira, 10 de novembro de 2020

Conheça o “Top 10” da Câmara Municipal de São Paulo


Enquanto todas as atenções se voltam para a eleição de prefeito - com o derretimento de Celso Russomanno (Republicanos), a subida de Guilherme Boulos (PSOL) e a probabilidade crescente de Bruno Covas (PSDB) vencer já no 1º turno -  não podemos nos esquecer da importância de votar bem para a Câmara Municipal de São Paulo.

Alguns vereadores são imprescindíveis para o bom andamento dos trabalhos do Legislativo paulistano. Nós nem precisamos concordar em tudo, nem com todos eles - aliás, a divergência faz até bem para a democracia.

Mas o equilíbrio necessário ao parlamento se dá justamente com a mistura de representantes de esquerda, centro e direita, do governo e da oposição, progressistas e conservadores. Daí a ideia deste “Top 10” (que vai gerar polêmica pelas presenças e pelas ausências).

A ordem apresentada é alfabética. Conheça os 10 vereadores que concorrem à reeleição e, no acompanhamento diário do #Suprapartidário e da página #CâmaraMan, são os mais atuantes, combativos, participativos e coerentes com os próprios princípios e ideais (ainda que ideologicamente possamos discordar da maioria):

Antonio Donato (PT) - É um dos principais fiscalizadores da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) e na prática exerce um papel de porta-voz da oposição na tribuna. Seu mandato é referência do PT e gerador de pautas para a imprensa que cobre a administração. Presidiu a Câmara nos dois últimos anos da gestão Haddad (2015-2016).

Caio Miranda Carneiro (DEM) - Eleito na onda das redes sociais em 2016 pelo PSB, ele se tornou conhecido pelos vídeos que postava na internet. No mandato, é atuante no plenário e também tem destaque como crítico e fiscalizador da gestão municipal. Mantém boa comunicação com o eleitorado.

Claudio Fonseca (Cidadania) - Professor, é presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (SINPEEM). Não à toa, seu lema é: “Educação sempre!”. Experiente, tem atuação destacada, combativa e independente, dentro e fora do plenário, e muito além da defesa do servidor público.

Eduardo Tuma (PSDB) - Está no segundo mandato de vereador e na segunda gestão como presidente da Câmara, reeleito em 2020 (o que legalmente possibilita mais dois anos de mandato na próxima legislatura). Exerce forte liderança na Casa, tem influência na gestão do prefeito Bruno Covas, de quem legalmente exerce o papel de vice em qualquer eventualidade, e controla a crescente bancada evangélica.

Fernando Holiday (Patriota) - Eleito com apenas 20 anos em 2016, é o mais jovem vereador da história da Câmara de São Paulo. Ganhou notoriedade nas manifestações do polêmico MBL pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele se destaca pela atuação midiática, combativa e pelos ideais liberais. Abriu mão do carro oficial e de parte dos funcionários e das verbas de gabinete.

José Police Neto (PSD) - Outro dos mais experientes e atuantes vereadores paulistanos. Trocou o PSDB pelo PSD em 2011 para apoiar a reeleição do prefeito Kassab, de quem foi líder de governo. Também presidiu a Câmara nos dois últimos anos da gestão kassabista (2011-2012). É referência em temas como urbanismo e mobilidade.

Mario Covas Neto (Podemos) - Filho do ex-governador Mario Covas, tem atuação destacada em plenário e nas comissões da Casa. Exerce um mandato crítico e fiscalizador (inclusive sobre as práticas costumeiras da própria Câmara).

Milton Leite (DEM) - Está no sexto mandato, é “dono” do DEM paulistano e certamente o mais influente parlamentar governista, tanto no dia a dia da Câmara quanto na administração pública municipal. Presidiu a Casa em 2017 e 2018. Nada acontece no Legislativo ou no Executivo sem passar pelo seu aval.

Soninha Francine (Cidadania) - A mais conhecida, atuante e carismática vereadora paulistana. Foi eleita pela primeira vez em 2004 pelo PT. Depois, disputou a Prefeitura de São Paulo duas vezes pelo então PPS, em 2008 e 2012. Retornou à Câmara em 2016. Tem atuação destacada em múltiplas áreas.

Toninho Vespoli (PSOL) - Segue a tradicional cartilha oposicionista do PSOL, tem uma longa trajetória como líder comunitário na zona leste e é professor. Está sempre se posicionando no plenário como fiscalizador do governo e bem atuante nas pautas sociais.

E os outros?


Aqui cabe uma justificativa sobre os critérios de seleção, obviamente subjetivos, fruto da observação diária dos trabalhos da Câmara, além do registro de algumas ausências. Não significa que outros vereadores não tenham representatividade ou relevância. Ao contrário.

Mas estão listadas e justificadas essas 10 escolhas acima pela presença, frequência e combatividade no plenário. Poderíamos citar ainda outros vereadores que não são candidatos à reeleição (daí estarem fora desse Top 10), porém que tiveram atuação marcante e vão fazer falta:

Gilberto Natalini, atualmente sem partido e que exercia pelo PV o seu quinto mandato na Câmara, tem um trabalho fundamental sobretudo nas áreas de saúde e meio ambiente. É também um dos vereadores mais atuantes e combativos dentro e fora do plenário.

Celso Jatene, sobrinho do cardiologista Adib Jatene, tem experiência e bom trânsito com todas as bancadas. Foi eleito para o primeiro mandato pelo PSDB, migrou para o PTB, foi secretário na gestão Haddad (PT) e termina seu quinto e último mandato pelo Partido Liberal.

Patricia Bezerra (PSDB), uma das mais destacadas vereadoras tucanas (inclusive como crítica da gestão de João Doria, ao se desligar do secretariado municipal), abriu mão de tentar o terceiro mandato para apoiar a candidatura do marido, o ex-vereador e ex-deputado Carlos Bezerra Jr.

O destaque obtido pelo vereador Ricardo Nunes (MDB) em seus dois mandatos foi tanto, principalmente como presidente da CPI dos Grandes Devedores, que isso até o tirou da Câmara: tornou-se o candidato a vice do prefeito Bruno Covas na campanha à reeleição.

E, por fim, o “hors concours” Eduardo Suplicy (PT), chamado de Senador entre os próprios vereadores, dada toda a história de vida respeitada e a longa trajetória política em mais de duas décadas no Senado (três mandatos consecutivos, totalizando 24 anos) e sua atuação peculiar e personalíssima na Câmara Municipal (que já presidiu, inclusive, na gestão da prefeita Erundina).